Propostas históricas de Paulo Freire voltam ao debate no Ministério da Educação

Pacto Nacional pela Superação do Analfabetismo é lançado depois de anos de escanteamento da EJA, mostra o Porvir

“Você consegue escrever um bilhete simples?”. De tempos em tempos, o Instituto Brasileiro de Geografia e Pesquisa (IBGE) bate à porta dos brasileiros e faz essa pergunta. Em 2023, “não” foi a resposta de 9,3 milhões de pessoas com mais de 15 anos de idade – deste total, 8,3 milhões têm mais de 40 anos. No país de Paulo Freire (1921-1997), patrono da educação brasileira, reconhecido mundialmente pelo método de alfabetização de adultos que leva seu nome, quase 10 milhões de analfabetos ainda estão à margem da sociedade, alijados do direito à educação.

Contudo, a Educação de Jovens e Adultos (EJA), modalidade menosprezada pelos governos Michel Temer e Jair Bolsonaro, vem recobrando a força e o espaço nos debates educacionais. São dois os marcos recentes: a volta da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi) no ano passado e, mais recentemente, no início de junho de 2024, o lançamento do Pacto Nacional pela Superação do Analfabetismo e Qualificação na Educação de Jovens e Adultos.

A iniciativa prevê estratégias para apoiar estados e municípios a ofertarem mais vagas de EJA, além de estimular o público adulto a voltar a estudar e permanecer em sala de aula por meio de ações de apoio financeiro, como o Programa Pé de Meia. Estima-se um investimento total de R$ 4 bilhões ao longo de quatro anos, o que deve gerar 3,3 milhões de novas matrículas na EJA, além da oferta da modalidade ligada à educação profissional. Estados e municípios podem aderir ao pacto nacional até o dia 31 de julho, diretamente no Sistema Integrado de Monitoramento, Execução e Controle do Ministério da Educação (Simec).

Leia na íntegra: Porvir