De acordo com Seplan, existe a possibilidade de dificuldade para arcar com as despesas do segundo semestre
A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) tem apenas um terço do orçamento discricionário previsto para 2024 disponíveis para finalizar o ano. Segundo dados do Painel da Execução Orçamentária das Universidades Federais, disponível no site da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), a UFSC já executou 72,1% do orçamento previsto para este ano. Isso significa que, dos R$ 157 milhões autorizados, restam R$ 43,8 milhões para encerrar 2024.
O balanço orçamentário do primeiro semestre foi apresentado na última quinta-feira, dia 27, pelo coordenador do Fórum Nacional de Pró-Reitores de Planejamento e de Administração das Instituições Federais de Ensino Superior da Andifes, Juscelino Pereira Filho.
De acordo com a secretária de Planejamento e Orçamento da UFSC, Andréa Cristina Trierweiller, existe a possibilidade de dificuldade para arcar com as despesas do segundo semestre, “mas podemos ter melhor cenário após a retomada dos trabalhos, findada a greve, pois acreditamos que há muitas demandas represadas”.
A universidade descentraliza parte do orçamento em duodécimos, disponibilizados às unidades. Desta forma, segundo Trierweiller, a execução do orçamento depende da eficiência na gestão dos centros de ensino e entidades administrativas.
Ela também explica que a Seplan comunica anualmente uma data limite de empenho para as unidades, após a qual a secretaria recolhe os recursos e realiza essa operação. No momento, já há orçamento empenhado até outubro, referente a contratos dos campi, bolsas e outras despesas.
No ano passado, o orçamento autorizado para a UFSC foi de R$ 150,9 milhões, representando um aumento de 4% neste ano. A secretária destaca, porém, que esse acréscimo pode ser encarado como uma atualização monetária considerando a inflação. “Deve-se considerar também que os contratos sofreram aumento e a universidade está em seu pleno funcionamento após período pandêmico. Ou seja, o ‘preço’ dos alimentos do RU, dos serviços de limpeza e manutenção e das bolsas concedidas aumentaram”.
Universidades enfrentam redução no orçamento há 10 anos
No âmbito nacional, a execução orçamentária de 2024 se encontra em 71,5% dos R$ 6,1 bilhões autorizados. De acordo com a reitora Márcia Abrahão Moura (UnB), presidente da Andifes, “se o orçamento continuar nesse ritmo” pode haver prejuízo ao arcar com o restante das despesas discricionárias neste ano.
A reitora também reforçou o pedido de R$ 2,5 bilhões adicionais feito pela Andifes ao governo federal. Em comparação anual, o orçamento total das universidades federais sofreu queda de 2,6% em relação a 2023, quando R$ 6,2 bilhões foram autorizados.
Trierweiller destaca que essa diminuição já vem acontecendo há algum tempo. “As IFES tiveram redução em seu orçamento de cerca de 50% nos últimos 10 anos. Assim, a luta da Andifes — congregando esforços de toda a rede de IFES — é fundamental para buscar melhorias no orçamento dessas instituições”.
Imprensa Apufsc