Estudo analisou o perfil da população pós-graduada entre os anos de 1996 e 2021, destaca Jornal da Ciência
A igualdade nas remunerações entre pessoas com pós-graduação é, ainda, um dos grandes desafios do país. Este é um dos principais diagnósticos da pesquisa “Brasil: Mestres e Doutores”, divulgada pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) na última terça-feira, dia 4. No comparativo entre as remunerações mensais de pessoas com doutorado, as mulheres recebem valores 16,4% menores do que os homens – essa diferença chega a 26,7% no comparativo entre pessoas com mestrado.
“A gente pode fazer todas as combinações de dados que quisermos e não tem jeito, as mulheres ganham menos que os homens em todas as grandes áreas do conhecimento [Linguística, Ciências Humanas, Ciências Exatas e da Terra, Multidisciplinar, Ciências da Saúde, Engenharias, Ciências Sociais Aplicadas e Ciências Agrárias]. Também podemos fazer outras análises jurídicas dos empregadores e as mulheres ganham menos em todas as regiões do país”, explicou Sofia Daher, coordenadora no estudo, no evento de seu lançamento.
A pesquisa analisou os dados de formação e emprego dos 1.001.861 mestres e 319.211 doutores que se titularam no Brasil entre os anos de 1996 e 2021. Seguindo no recorte de gênero, as mulheres são as pessoas que mais se formam no Brasil: em 2021, corresponderam a 56,8% dos títulos de mestrado e a 55,6% dos títulos de doutorado.
“As mulheres já são a maioria entre os titulados no mestrado desde 1997 e no doutorado a partir de 2003. Mas o fato de haver uma maioria de mulheres sendo tituladas ao longo do tempo nem sempre repercute, infelizmente, no ponto de vista de emprego e de remuneração”, ponderou Daher.
Leia na íntegra: Jornal da Ciência