Desigualdades de raça e gênero influenciam na distribuição de gastos com saúde e educação, aponta pesquisa

NPE 49 utilizou informes do IBGE para comparar a maneira como os recursos financeiros são investidos no país, destaca Jornal da USP

A Nota de Política Econômica (NPE) 49, chamada “Desigualdade de raça e gênero e impactos distributivos dos gastos públicos com saúde e educação no Brasil”, identifica que esses gastos ajudam a reduzir a desigualdade de renda monetária no Brasil, independentemente de raça e gênero.

O pesquisador João Pedro de Freitas Gomes, do Centro em Pesquisa em Macroeconomia das Desigualdades (Made) da Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária (FEA) da USP, explica a confecção do trabalho e analisa os resultados observados no projeto.

Conforme o pesquisador, o intuito da obra é compreender o quanto a política fiscal altera a estrutura de renda de um país e, para isso, os profissionais fizeram um resumo da renda da população através de salários, benefícios e transferências para então adicionar os gastos públicos com saúde e educação. Desse modo, ele conta que é possível ser analisado o quanto os gastos públicos impactam as estruturas de desigualdade social no país, além de poderem ser pensadas estratégias para direcionar o foco dos investimentos nesse setor.

A análise dos pesquisadores mostrou que 25% da desigualdade total apresentada nos gastos observados vem por conta da desigualdade de raça, o que mostra que 25% de toda essa disparidade seria resolvida ou igualada se as pessoas brancas e pretas recebessem de maneira igualitária. Além disso, o estudo revelou que entre os 10% mais pobres do País, os gastos com saúde e educação representam 50% da renda total. “Ao longo da pesquisa, fomos observando que essas disparidades vão surgindo com os mais pobres, com as mulheres e têm uma concentração muito forte em pessoas pretas, pardas e indígenas. Portanto, o que é observado é a importância do investimento de políticas públicas em saúde e educação de qualidade para essas parcelas da população”, finaliza.

Leia na íntegra: Jornal da USP