Nota da Diretoria sobre salários dos professores e professoras da UFSC

Reportagem do ND+ apresenta erros e inconsistências sobre a remuneração e reajuste reivindicado pela categoria docente

A reportagem publicada pelo ND+ nesta sexta-feira, dia 10, sobre a média salarial dos professores e professoras da UFSC, apresenta uma série de inconsistências e erros. O principal deles é em relação à afirmação de que a categoria pede “reajuste de até 22% neste ano”. Isso é mentira. A contraproposta apresentada ao governo pelo Proifes-Federação, entidade que representa a Apufsc e outros sindicatos de docentes nacionalmente, pede reajuste salarial de 3,5% em 1° de setembro de 2024; 9,5% em 1° de janeiro de 2025 e 4% em 1° de janeiro de 2026.

Esses percentuais são justificados pela grande defasagem salarial da categoria docente. Depois de sete anos sem reajuste, professores e professoras das universidades públicas federais acumularam perdas salariais que chegaram a 35%. No ano passado, o governo federal concedeu 9% de reajuste linear aos servidores públicos federais. Para 2024, porém, não foi previsto nenhum índice de reajuste. Esse é o principal motivo da greve nacional da categoria docente.

Sobre a afirmação, na manchete do jornal, de que a “média salarial dos professores ativos da UFSC é de R$ 13,4 mil”, cabe esclarecer que, para que essa média fosse calculada, o ND deveria apresentar o quantitativo de professores em cada nível da carreira. Não se trata de uma conta simples de soma e divisão.

A Apufsc esclarece que a maioria dos professores e professoras da universidade está em início de carreira, recebendo salários que estão abaixo do piso nacional. Para chegar ao topo da carreira, com salários de até R$ 22,3 mil, um professor leva 20 anos de dedicação ao ensino, pesquisa e extensão. Hoje, uma minoria dos docentes da universidade recebe isso.

A própria reportagem aponta que “o menor salário inicial no Estado para um professor que trabalha 40 horas semanais é o da UFSC, que paga R$ 3.400 para professores auxiliares que só possuem graduação. Se o mesmo profissional trabalhar com dedicação exclusiva, o salário inicial é de R$ 4.800”.

Por isso, outro ponto de reivindicação da categoria é que o governo cumpra o Piso Salarial do Magistério, de R$ 4.580,57, para professores que ingressam na carreira do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (EBTT) e Magistério Superior (MS).

Por fim, a Diretoria informa que não foi procurada pela reportagem do ND+ para responder sobre estes pontos antes da publicação da reportagem, o que motivou a solicitação de publicação desta nota.