Em entrevista ao podcast Flow, Paulo Artaxo destacou que em 2015 o Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC) já havia previsto o aumento expressivo de chuvas no Rio Grande do Sul, mas não houve ações governamentais para prevenir o cenário trágico, destaca o Jornal da Ciência
De acordo com dados do Governo do Rio Grande do Sul, as fortes chuvas no Estado já afetaram 414 cidades. Mais de 66 mil pessoas tiveram que deixar suas casas por conta da tragédia que já causou 95 mortes e 128 desaparecimentos, até o momento. Em entrevista ao podcast Flow, o vice-presidente da SBPC, Paulo Artaxo, lamentou a situação e apontou a necessidade urgente dos governos se prepararem para o aumento da ocorrência dos eventos climáticos extremos.
“O planeta já aqueceu, em média, 1,5ºC, e a previsão é que com as emissões de gases de efeito estufa que temos hoje, ele pode vir a aquecer da ordem de 3ºC a 3,5ºC. Ou seja, o aumento de temperatura deverá ser mais do que o dobro do que foi observado até agora. Isso vai amplificar esses eventos climáticos extremos de uma maneira enorme”, alertou em entrevista realizada na última terça-feira (07/05).
Artaxo pontuou que, especificamente sobre os eventos do Rio Grande do Sul, já havia diagnósticos do CEMADEN que mostravam a chegada de fortes chuvas na região, mas esses alertas foram ignorados.
“O Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas, publicado em 2015, tem um mapa do Rio Grande do Sul mostrando claramente o aumento enorme de chuvas que teríamos. Além de secas mais intensas no Nordeste e na Amazônia, o que também ocorreria no Brasil central, o que já está afetando a produtividade do agronegócio brasileiro de uma maneira importante. Tudo isso a Ciência já previu há tempos, mas faltou muita ação governamental em todos os níveis.”
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