Seis pontos emergenciais relacionados à estrutura física foram listados pela direção do centro e respondidos pela Reitoria
Uma reunião na manhã desta quarta-feira, dia 17, lotou o auditório Henrique Fontes, no Centro de Comunicação e Expressão da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Demanda da comunidade do centro, formada por estudantes, técnicos e docentes, para tratar dos problemas estruturais enfrentados, a reunião foi aberta pelo diretor do CCE, Fábio Lopes, e contou com a presença do reitor da UFSC, Irineu Manoel de Souza, e outros membros da Administração Central.
Fábio iniciou o encontro falando dos seis pontos prioritários listados pelo Conselho de Unidade do CCE em reunião realizada no dia 27 de março. Uma semana antes, no dia 20 daquele mês, uma assembleia foi realizada no centro de ensino para discutir as condições físicas precárias dos prédios.
Ao iniciar sua fala, Fábio propôs “uma colaboração entre a direção do CCE e a Reitoria” e afirmou: “Eu fiz muitas críticas ao reitor, mas uma qualidade ele tem, que é a de não se esconder em seu gabinete”. Segundo o diretor, a situação dos prédios tem afastado as pessoas do CCE. “Os professores não têm ficado na instituição, dão suas aulas e vão pra casa. E é em nome, sobretudo, da massa estudantil, que a gente propõe esses itens. A gente precisa trazer as pessoas de volta”, completou Fábio.
Os seis pedidos prioritários feitos pelo Conselho de Unidade em ofício enviado à Reitoria são: impermeabilização completa da cobertura do prédio A; recuperação de todas as salas hoje danificadas do prédio A pelas infiltrações e mofo decorrentes da falta de impermeabilização da cobertura; instalação de peças que coloquem em funcionamento todos os mictórios, torneiras e válvulas de descarga dos banheiros do prédio A; iluminação externa da área ao redor do centro naquilo que é de responsabilidade direta da Administração Central prover; instalação de bomba-sapo permanente na casa de bombas do prédio D, a fim de evitar que o recinto se alague e danifique os equipamentos que abastecem com água a edificação; colocação em funcionamento regular dos elevadores do prédio D, que seguem sem manutenção completa e adequada, o que resulta em paradas constantes.
Na reunião, o diretor do CCE afirmou: “a mãe de todos os problemas é a impermeabilização do bloco A. Temos 12 salas fechadas hoje, e queremos a recuperação de todas as salas danificadas”. Fábio acrescentou: “É constrangedor para um diretor de centro pedir válvula de descarga, mas é isso que estou pedindo”. Ele disse ainda que, “se não houver providências, a gente vai fechar o prédio”, se referindo ao bloco A, e finalizou: “eu me sinto culpado por receber esse centro de um jeito e entregar em condição pior”.
“É o prédio mais antigo da nossa universidade e a situação está precária”
O reitor Irineu Manoel de Souza afirmou que, assim que recebeu o ofício do CCE, fez a solicitação para ir até o centro responder. “De fato é o prédio mais antigo da nossa universidade e a situação está precária. Aqui tivemos problemas complexos, como a falta de uma manutenção preventiva. Os prédios fechados durante dois anos de pandemia também pioraram o problema”, reconheceu o reitor, que justificou, porém, que “isso que está acontecendo não é só aqui, é em todas as federais do Brasil”.
Irineu explicou as questões orçamentárias e as dificuldades financeiras que a UFSC enfrenta: “O orçamento desse ano é suficiente só até o mês de outubro. Projetamos um déficit de R$ 35 milhões em 2024“. Ele acrescentou que, “do ponto de vista financeiro, é o pior momento das universidades federais”.
Além do orçamento, outra questão que resultou em problemas nas estruturas da UFSC, segundo o reitor, foi a extinção de alguns cargos. “Antigamente a universidade tinha profissionais técnicos, como em ar-condicionado, que faziam esse trabalho. Hoje não tem mais, esses cargos foram extintos. Então, para cada serviço, é preciso fazer um contrato”, justificou. Segundo ele, atualmente, a UFSC tem 325 contratos em andamento.
Respostas aos problemas listados
“Essas informações não são para fugir da responsabilidade, mas para deixar vocês informados”, alertou o reitor, antes de responder sobre os pontos prioritários listados pelo CCE. Irineu afirmou que o processo de contratação da impermeabilização do bloco A já foi iniciado. Sobre os banheiros, disse que a Prefeitura Universitária (PU) já esteve no centro e verificou a situação, e que os equipamentos necessários, como válvulas de descarga, serão comprados por uma empresa já contratada. Em relação à bomba-sapo para o bloco D, Irineu disse que a compra foi encaminhada ainda no ano passado, e o problema deve ser resolvido em breve.
Sobre a iluminação, o reitor disse que essa “é uma situação difícil em vários pontos”. “Estamos trabalhando com a alternativa da energia solar. Estamos há alguns meses em negociação para ampliar e colocar postes com energia solar para evitar, inclusive, o roubo de fios”, explicou.
A respeito da manutenção dos aparelhos de ar-condicionado, uma reclamação recorrente, Irineu disse que, quando assumiu a Reitoria, há um ano e nove meses, não tinha contrato para isso. Mas completou que “as empresas já foram contratadas e, no mais tardar na semana que vem, iniciarão as trocas de equipamentos no CCE”.
O reitor finalizou: “atendemos todos os pontos elencados pelo professor Fábio. Estamos tranquilos e cientes das nossas responsabilidades”.
Assembleia no CCE será na quarta, dia 24
A Direção do CCE agendou assembleia para a próxima quarta-feira, dia 24, às 14h, no Auditório Henrique da Silva Fontes. A pauta única é a discussão sobre as respostas da Reitoria rem relação à pauta encaminhada pelo Conselho de Unidade à Administração Central. “A ideia é discutir o documento a fim de subsidiar a decisão do Conselho de Unidade a respeito de como atuar em relação ao tema daqui em diante”, explicou Fábio Lopes em e-mail enviado à comunidade do CCE. Segundo ele, “o assunto exige a presença maciça dos interessados”, e as aulas programadas para o horário do evento estão canceladas.
Imprensa Apufsc