Professores e pesquisadores sofreram prisões, demissões, aposentadorias, censura de publicações, cancelamento de bolsas e de contratações, mostra reportagem da Agência Pública
“Se é verdade que não há fronteiras para a ciência, também é exato que há fronteiras para os cientistas.” A declaração, feita em de 24 de abril de 1964, poucos dias após o golpe militar, pelo ministro da Saúde Raymundo de Moura Britto ao jornal Correio da Manhã, disfarçava uma ameaça àqueles cientistas tidos como “subversivos” e demonstrava que medidas autoritárias ditariam as regras para a ciência no regime de exceção.
Professores e pesquisadores sofreram prisões, demissões, aposentadorias, censura de publicações, cancelamento de bolsas e de contratações. Alunos foram proibidos de ingressar em cursos e estágios, enquanto projetos e grupos de pesquisa foram desmantelados.
“Muitos pesquisadores foram trabalhar no exterior, outros ficaram, mas produziram menos do que poderiam”, descreve à Agência Pública o professor de história da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Rodrigo Patto Sá Motta, autor do livro “As universidades e o regime militar”.
Dos 61 cientistas com depoimentos publicados no livro “Cientistas do Brasil”, editado pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) em 1998, mais da metade foi atingida diretamente por ações ditatoriais.
Leia na íntegra: Agência Pública