Carolina Duarte, nova docente do Departamento de Psicologia da UFSC, foi empossada na semana do Dia Internacional da Mulher
“Transformar realidades de nossas crianças e adolescentes, bem como suas famílias e comunidades”, espera Carolina Duarte sobre a docência. Ela foi empossada como professora no Departamento de Psicologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) na última terça-feira, dia 5. Na mesma cerimônia, Luciana Malfussi e Margot Martin também tomaram posse, constituindo um trio feminino assumindo cargos de docência na UFSC em plena semana do Dia Internacional da Mulher.
A posse de Carolina na UFSC é como a intersecção de duas trajetórias: a construção de sua carreira acadêmica dentro da universidade e um histórico familiar na docência. A psicóloga percorreu todo o seu caminho no mesmo ambiente universitário, completando graduação, mestrado e doutorado na UFSC. Seu estágio de pós-doutorado foi realizado no Programa de Pós-Graduação em Psicologia da instituição (PPGP/UFSC).
“Nesse percurso, foi se fortalecendo em mim o interesse pela pesquisa e a necessidade de embasar a prática a partir de resultados de pesquisa”, afirma, num reflexo daquilo que espera construir agora como docente. Ela acredita na importância da divulgação de conhecimento na Psicologia de Desenvolvimento Humano, em especial da infância e adolescência, “com dados de nossa população para o planejamento de políticas públicas.”
Em referência à sua relação familiar com a carreira, Carolina diz que “o gosto pela docência é um legado transgeracional.” A história é que suas duas avós, materna e paterna, foram professoras do ensino primário. Já sua mãe foi professora do ensino médio. E agora, em seu próprio caminho, Carolina manteve o legado, ao se tornar professora do ensino superior.
Com suas primeiras inspirações femininas vindas de dentro de casa, a nova docente da UFSC também encontrou, ao longo do percurso, uma série de outras influências. “A graduação em Psicologia foi um terreno fértil de mulheres inspiradoras para a docência na universidade federal”, explica, antes de citar algumas das que mais impactaram seu caminho. Entre elas, menciona a professora Mara Coelho de Souza Lago, com quem realizou a iniciação científica e a quem se refere como “uma mãe na academia que me formou como pesquisadora”, e a dupla composta pelas professoras Maria Aparecida Crepaldi e Carmen OCampo Ojeda Moré, a quem atribui a inspiração da abordagem e atuação profissional que realiza atualmente.
Cercada por essas referências, Carolina se refere à representatividade feminina no campo acadêmico como “crucial para romper com toda e qualquer violência estrutural, como é o caso hierarquização das estruturas de gênero impostas pelo patriarcado em nossa sociedade.” Ela frisa, no entanto, a importância de olhar para além do gênero, e pensar que essa representatividade “precisa atender também a interseccionalidade do gênero com outros marcadores estruturais de nossa sociedade como raça, deficiências, entre outros.”
Dando uma ênfase final à ruptura com estruturas sociais que são, em suas palavras, violentas e perpetuadas há séculos, a docente afirma: “é essencial ocuparmos esse espaço de produção de conhecimento.” Para ela, essa é a forma de atuar na busca por uma sociedade mais digna, respeitosa e plural.
Laura Miranda
Imprensa Apufsc