Nas próximas semanas devem ser realizadas reuniões em todos os centro de ensino e campi da UFSC
Em reunião na manhã desta sexta-feira, dia 8, o Conselho de Representantes (CR) da Apufsc-Sindical discutiu a atual negociação salarial dos servidores públicos federais. Diante da posição do governo de que não há previsão de reajuste para 2024, o CR decidiu intensificar as mobilizações. Assim, nas próximas semanas, deve ser distribuído material informativo aos docentes detalhando as negociações, realizadas reuniões nos centros de ensino da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e marcada uma Assembleia Geral para o fim de março.
O vice-presidente da Apufsc, Adriano Luiz Duarte, conduziu a reunião do CR. Representando a Diretoria, participaram também o primeiro-secretário, Carlos Barros Montez, a diretora Financeira e o diretor Adjunto, Karine Simoni e Santiago Francisco Yunes, e o diretor de Imprensa, Márcio Vieira de Souza.
Logo no início do encontro, Adriano fez uma exposição com os detalhes da negociação até o momento. Ele lembrou que, na última reunião da Mesa de Negociação Específica da educação, o governo recusou a contraproposta unificada apresentada pelas entidades, reafirmando a posição de reajuste zero para 2024. O Ministério da Gestão e Inovação (MGI) defende que a negociação de qualquer percentual para este ano só será possível em caso de superavit na arrecadação. Essa avaliação será feita em maio, com a revisão da Lei de Diretrizes Orçamentaria (LDO).
Sem recomposição em 2024, a proposta do governo é aumentar, a partir de maio, apenas o valor dos auxílios alimentação (51,9%), creche (51%), e o subsídio suplementar de saúde (51%). Já o reajuste salarial prometido é de 9%, dividido em duas parcelas, sendo 4,5% em 2025 e 4,5% em 2026.
Para os membros do CR, há um consenso de que o reajuste zero é inadmissível. “Para quem entrou agora, a situação é muito dura, muito triste. Nosso salário está muito defasado”, enfatizou Juliane Goulart, do Departamento de Análises Clínicas. A professora aposentada Edna Fiod complementou: “Assim como professor em início de carreira, o meu salário também não cobre mais as minhas despesas”. Da proposta inicial do governo, somente o aumento no subsídio suplementar de saúde tem impacto nas aposentadorias.
Como não há aceno de reajuste linear para todos os servidores, o vice-presidente da Apufsc apresentou as duas estratégias de negociação adotadas pelo Proifes-Federação. A primeira é exigir que o governo pague aos professores universitários, em início de carreira — 40h/aula —, pelo menos o piso dos professores do magistério. Isso significaria um acréscimo de 8% no pagamento atual. A segunda diz respeito à reestruturação da carreira docente, com uma proposta já apresentada ao Ministério da Educação (MEC).
Ex-presidente da Apufsc e diretor de Políticas Educacionais do Proifes, Bebeto Marques pontuou que a federação não descarta nenhuma ferramenta de luta. Ele acrescentou que “só a voz do professor pode responder qual é a melhor ferramenta”, e que é preciso ouvi-la o mais rápido possível, em reuniões e assembleias. “Embora a Apufsc seja autônoma, é preciso considerar também que isso se constrói nacionalmente, é preciso ter compasso político entre todas as universidades”, completou Bebeto.
Encaminhamentos do CR
- Reuniões em todos os centros de ensino e nos campi do interior para discutir a mobilização pelo reajuste salarial;
- Distribuição de material impresso, diretamente nos escaninhos e/ou salas de professores, detalhando o processo de negociação até aqui;
- Assembleia Geral da categoria docente para discutir a mobilização, a ser realizada na semana que antecede a Páscoa.
Imprensa Apufsc