Projeto da UFSC com a Petrobras pretende reduzir danos de vazamento de combustível

Coordenação é do professor Admir José Giachini, do Núcleo Ressacada de Pesquisas em Meio Ambiente

As áreas contaminadas por combustíveis são causadoras de grandes impactos ambientais. O derramamento de gasolina, etanol, diesel e outros produtos semelhantes provoca a poluição do solo, das águas superficiais e subterrâneas. Um projeto desenvolvido na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), com patrocínio da Petrobras, vem buscando formas de reduzir esses danos ambientais e diminuir os custos em processos de recuperação de locais atingidos.

O trabalho “Estratégias de recuperação de áreas contaminadas por vazamentos de combustíveis” conta com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Extensão Universitária (Fapeu) e é coordenado pelo professor Admir José Giachini, do Núcleo Ressacada de Pesquisas em Meio Ambiente (Rema).

O projeto busca dar suporte técnico na tomada de decisão sobre eventos de contaminação ambiental e apontar as melhores estratégias de ação para conter ou resolver o problema. A iniciativa adota a ferramenta Solução Corretiva Baseada no Risco (SCBR), um software desenvolvido na UFSC com elementos inteligentes que ajudam o profissional do meio ambiente nas decisões sobre procedimentos de gerenciamento de áreas contaminadas.

Imagem do software desenvolvido pela UFSC (Foto: Rema/Divulgação)

O SCBR é um modelo matemático bidimensional de solução numérica, desenvolvido para apoiar a tomada de decisão em todas as etapas do gerenciamento ambiental de áreas impactadas ou de forma preventiva, em locais onde são desenvolvidas atividades potencialmente poluidoras. Além disso, pode ser empregado como instrumento facilitador do diálogo com órgãos de controle ambiental.

A ferramenta surgiu devido à ausência no mercado de um modelo matemático que simulasse o comportamento de plumas de hidrocarbonetos de petróleo sob influência de etanol, como no caso de derramamentos de gasolina. Os resultados obtidos nas áreas experimentais da Fazenda da Ressacada, localizado no Sul da Ilha de Santa Catarina, em Florianópolis, são usados na concepção da ferramenta e definem os grandes diferenciais do SCBR em relação aos demais softwares de simulação de contaminantes em solos e águas subterrâneas. Os outros modelos não emulam os efeitos dos biocombustíveis e não são baseados em dados de campo.

Trabalho é desenvolvido na Fazenda Experimental da Ressacada (Foto: UFSC/Divulgação)

“Há mais de duas décadas, a Rema e a Petrobras mantêm uma parceria que vem apresentando resultados inéditos como o desenvolvimento de protótipos matemáticos inovadores para a previsão de cenários de derramamentos e controle de riscos no setor petrolífero e de biocombustíveis”, lembra o professor Admir Giachini. “Um exemplo disso foi o desenvolvimento do simulador SCBR, que vem sendo adotado no gerenciamento ambiental de áreas contaminadas em refinarias e em terminais da Petrobras, tornando a tomada de decisões mais objetiva, com base em critérios científicos e promovendo a economia de recursos financeiros”, ressalta.

Benefícios

O professor diz esperar que o projeto ofereça um gerenciamento ambiental mais orientado e com redução dos custos. “Também se estimam ações mais efetivas de gerenciamento ambiental, com resultados mais favoráveis, uma vez que a escolha da metodologia é embasada em conceitos técnicos orientados pela ferramenta”, destaca o professor Giachini.

Ele também pontua os muitos benefícios para a sociedade, dentre eles a implementação de metodologias mais assertivas para os problemas atrelados ao gerenciamento de áreas contaminadas. “A escolha por métodos orientados para cada situação aumenta as chances de sucesso. Além disso, a escolha das técnicas/ações mais adequadas para cada situação faz com que seja possível reduzir os custos de intervenção em processos de recuperação ambiental”. Dessa forma, segundo ele, faz-se um uso mais racional do recurso financeiro, possibilitando, inclusive, que ele seja utilizado nas áreas que efetivamente mais precisam.

Fonte: Notícias UFSC