Para Isabelle Stengers, produzir menos e melhor, aumentando a inclusão da sociedade, são necessidades atuais, diz a Folha
Vivemos um período na ciência em que a quantidade de artigos científicos publicados vale mais do que a qualidade. Mas diversos estudiosos vêm criticando o atual modelo.
No método produtivista, autores que são máquinas de escrever papers – ou simplesmente possuem os meios financeiros de estar em todos os artigos – acabam tendo vantagem, especialmente em áreas onde as novidades científicas estão em constante mudança.
Há, porém, um número crescente de vozes que são contrárias ao modelo, valorizando uma ciência feita mais lentamente, com propósitos mais bem definidos. Dentre elas, a filósofa belga Isabelle Stengers tem sido uma das personalidades mais ativas.
Para ela, os problemas ligados ao produtivismo acadêmico vão desde interesses econômicos por trás do que é produzido — como pesquisas visando o lucro de empresas patrocinadoras, mas não necessariamente melhorar a vida das pessoas — até o número alarmante de fraudes em publicações — só em 2023, foram 8.000 artigos retirados pela editora John Wiley & Sons.
“O problema é com o método de avaliação, uma vez que os cientistas são mensurados não pela sua carreira ou impacto, mas sim pela quantidade de artigos publicados”, disse Stengers, em entrevista à Folha.
Leia na íntegra: Folha de S.Paulo