Rita de Cássia Castro da Cunha é uma das responsáveis por diversas oficinas em restauração de acervos em SC
Com uma longa trajetória na área de conservação e restauração de documentos, a mestranda em Ciência da Informação da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Rita de Cássia Castro da Cunha, é uma das responsáveis por diversas oficinas em restauração de acervos na Grande Florianópolis.
Tudo começou com a atuação dela como pedagoga na década de 1990, quando utilizava técnicas de manufatura com papel reciclado durante as aulas para pessoas com dificuldade de aprendizadem. Já nesse período, Rita começou a se aprofundar nas pesquisas do papel, a estudá-lo como documento, entender a história dele e como conservá-lo. Ela então fez cursos de conservação de fotografia e também atividades de higienização de acervo na Biblioteca de Matemática na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
O encantamento foi tanto que, no Rio de Janeiro, ela decidiu prestar vestibular para a nova área. Em 2010, Rita se formou no curso de Tecnologia em Conservação e Restauro de Bens Culturais pela Universidade Estácio. Também no Rio, fez estágio na Biblioteca Nacional, no Centro de Memória da Educação Brasileira. Após alguns anos na cidade, recebeu uma proposta para assumir a coordenação técnica do projeto de restauro e conservação do acervo do Instituto Meyer Filho, em Florianópolis.
Ao encerrar esse trabalho, em busca de mais conhecimento, Rita encontrou o curso de Arquivologia da UFSC. “Quando finalizei esse trabalho de conservação, tinha um imenso acervo pessoal arquivístico dele [Meyer Filho] que eu não sabia lidar. Aí eu disse aos familiares dele que eu não tinha esse conhecimento, mas que ia buscar”, conta. Ela lembra que começou a fazer algumas disciplinas isoladas como aluna especial na universidade, e já na primeira aula descobriu a resposta de como auxiliar no projeto.
Os cursos de restauração na UFSC
Um pouco antes da pandemia de covid-19, no segundo período da graduação de Arquivologia, Rita conheceu o professor Cezar Karpinski, pesquisador do Laboratório de Conservação e Restauração de Documentos (Labcon) da UFSC, e foi convidada a fazer parte da equipe como conselheira técnica. “A partir daí, fizemos várias oficinas para pessoas da comunidade e alunos de História, Museologia, Biblioteconomia, Arquivologia, Ciências da Informação”, lembra.
Por conta das oficinas no Labcon, a equipe passou a ser chamada para dar capacitações em restauração em diversos outros locais, como na Assembleia Legislativa de Santa Catarina, Biblioteca Municipal de Florianópolis, e até no interior do estado. Recentemente, Rita e o professor Cezar também foram convidados para participar projeto de preservação da memória institucional do Judiciário trabalhista catarinense, do Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região (TRT-SC).
Já formada em Arquivologia e mestranda no Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação, Rita planeja continuar os estudos para se tornar professora na área. “Eu quero capacitar as pessoas para que elas possam compreender seu acervo, para deixá-lo disponível para as futuras gerações, fazer com que aquele papel tenha acesso disponível para todas as pessoas”, conclui. Sobre o trabalho como conservadora e restauradora, ela resume: “Eu busco preservar a memória das pessoas que está em um acervo”.
Veja fotos de oficinas ministradas por Rita na Pós-Graduação em Conservação e Restauração de Documentos da UFSC:
Curso de Conservação Preventiva inicia em janeiro
Em janeiro, inicia a terceira turma do curso de extensão “Conservação preventiva — técnicas para acervos em suporte de papel” do Labcon, ministrado pelo professor Cézar com o apoio técnico de Rita. As informações de como se inscrever nesta e em outras oficinas estão disponíveis no site do Laboratório.
Imprensa Apufsc