Para Cláudia Souza Passador, a visibilidade para as pessoas com deficiência no mercado de trabalho requer não apenas leis, são necessárias campanhas efetivas na educação básica
Os termos mudaram, a legislação evoluiu, mas nem tudo é um mar de rosas, e a pessoa com deficiência continua na luta pela inclusão e acessibilidade. O resultado dos dados obtidos pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), voltada para pessoas com deficiência, revela persistência na desigualdade em setores como a educação e o mercado de trabalho, de maneiras que ainda exigem atenção e ação mitigadora.
Segundo os dados da mostra, no país o índice de analfabetismo para pessoas com 15 anos ou mais de idade oscila próximo a 5,7%. Contudo, o indicador aumenta quando se restringe às pessoas com deficiência, com uma taxa de 19,5% contra 4,1% daquelas sem deficiência. Para Marcela Dias de Oliveira, enfermeira e mãe da Maria Dias de Oliveira, que tem 8 anos e nasceu com uma síndrome genética rara e com uma deficiência auditiva, o desafio reside em achar uma escola que não apenas aceite, mas também esteja preparada para atender às necessidades de sua filha. “A escola em que Maria estuda atualmente foi a única instituição que a acolheu após a pandemia. Minha intenção era matriculá-la em uma escola próxima de casa, mas a resposta demorou quatro meses, e eles alegaram que não teriam condições de acolher minha filha por ela ser surda”, relata.
Ao buscar apoio da Secretaria de Educação para matricular Maria na escola que queria, Marcela enfrentou um empecilho com a resposta da Secretaria: “Por que você quer matricular sua filha em uma escola que não a quer?”. O que a acalmou foi a escola atual, que aceitou a matrícula de Maria de maneira positiva, com promessas de um plano de educação inclusiva.
Leia na íntegra: Jornal da USP