Rei Tchongolola Tchongonga-Ekuikui VI participou de atividades na universidade na última terça-feira, dia 31
Tchongolola Tchongonga-Ekuikui VI, rei do maior grupo étnico de Angola, os Ovimbundos, participou de uma série de atividades na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) na última terça-feira, dia 31. A visita fez parte do evento “48 anos de Independência de Angola – quais caminhos e perspectivas seguir?”, que prossegue até dezembro com seminários, atividades esportivas e celebrações que abordam questões culturais, linguísticas e históricas relacionadas a Angola.
A visita começou pelo Núcleo de Estudos de Identidades e Relações Interétnicas (Nuer). Depois, no Instituto Kadila, foi oferecido um café com comidas típicas do Brasil, salgados e doces. Em seguida, Ekuikui VI concedeu uma entrevista coletiva de mais de uma hora, na qual falou sobre política e laços de Angola com o Brasil.
Por fim, o rei participou da abertura do evento sobre a independência de Angola no Auditório do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH), onde foi aclamado pelo público. O auditório ultrapassou sua capacidade máxima, e várias pessoas acompanharam o evento pelo lado de fora, em um telão.
Para receber o monarca, foi necessário seguir alguns protocolos. Era proibido tocá-lo, além de ser preciso um guia do gênero masculino para acompanha-lo pela universidade.
Ekuikui VI
Aos 39 anos, o rei Tchongolola Tchongonga-Ekuikui VI é o 37º soberano do reino subnacional do Bailundo, localizado na região central de Angola. O Reino do Bailundo foi Estado pré-colonial africano dos povos Ovimbundos e surgiu no Planalto Central de Angola em meados de 1700. A região possuía autoridade tanto política quanto econômica, abrangendo as províncias do Huambo, Benguela, Kwanza Sul, Bié e uma parte da Huíla. O rei Ekuikui VI é formado em Direito, além de ser poliglota: fala quatro línguas, sendo uma delas o Umbundu, língua oficial do Reino do Bailundo. O rei ainda tem fluência nas línguas francesa, portuguesa e inglesa.
Visita a Santa Catarina
O rei Ekuikui VI fica em Santa Catarina até 2 de dezembro. No estado, participa de eventos culturais e se encontra com representantes do movimento negro e organizações da sociedade civil para debater iniciativas de promoção da cultura africana no Brasil. A visita também busca contribuir para estudos sobre a cultura africana, que está presente de várias formas na sociedade brasileira, por meio de ritmos, tradições e cultura angolana. Além de Santa Catarina, a comitiva passa por São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia.
O evento 48 anos de independência de Angola – quais caminhos e perspectivas seguir? é uma realização da Associação de Angolanos em Florianópolis (Assaf) e do Instituto Kadila. Na UFSC, a ação conta com apoio da Secretaria de Cultura, Arte e Esporte (Secarte) e da Secretaria de Relações Internacionais (Sinter). As atividades ocorrem na UFSC, na Escola Beatriz de Souza Brito e na Servidão Crescêncio Francisco Mariano, no bairro Pantanal, e também de forma virtual no Instagram @africa.sensation.
Confira a programação das próximas atividades:
7 e 8 de novembro | 19h – Seminário 48 Anos de Independência De Angola
Auditório Elke Hering – Biblioteca Universitária (BU)
9 de novembro | 20h30 – Live 48 Anos de Independência de Angola (será transmitida pelo Instagram @africa.sensation)
18 de novembro | 9h às 20h – Torneio Internacional de Futsal 48 Anos de Independência de Angola
E.B Beatriz de Souza Brito – Rua Dep. Antônio Edu Vieira, 600 – Pantanal, Florianópolis – SC
2 de dezembro | 20h – Festa da Dipanda de Angola
Servidão Crescêncio Francisco Mariano, 149, Pantanal, Florianópolis – SC
Fonte: Notícias UFSC