Estudo da CNC leva em conta dados do Ministério do Trabalho apurados até agosto; profissionais com mestrado e doutorado vão na contramão e amargam fechamento de postos no período
Hyago Santos, de 31 anos, terminou a graduação de Ciências Contábeis em junho. Mas o diploma do ensino superior ainda não representou um emprego na sua área de formação. “Falei com três escritórios de contabilidade grandes da minha cidade, mas nenhum topou”, afirma ele, morador de Tanhaçu, no interior da Bahia.
Nesses meses de formado, até recebeu proposta de trabalho, mas nenhuma condizente com a sua formação. “Tive uma proposta de emprego de uma loja em Vitória da Conquista. Estavam procurando um gerente, mas queriam pagar pouco.” Agora, sem emprego formal, a meta é se dedicar para as provas de concursos públicos. Em dezembro, deve fazer a avaliação para o Tribunal de Contas do Estado da Bahia.
Desde que a fase mais aguda da pandemia foi superada, o mercado de trabalho tem rendido boas notícias para a economia brasileira. Mas a história de Hyago se repete em outras partes do País. Isso porque a melhora do emprego formal nos últimos anos está concentrada em trabalhadores de mais baixa qualificação – uma tendência que vem se acentuando.
Levantamento realizado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) mostra que 96% das vagas formais criadas no país foram para trabalhadores com ensino médio incompleto ou completo. O estudo levou em conta os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, apurados nos 12 meses até agosto.
Leia na íntegra: Estadão