*Por Raul Valentim da Silva
Salvo melhor juízo, a humanidade dispõe atualmente de conhecimentos científicos e evidências empíricas que são devidamente satisfatórios para comprovar racionalmente a imprescindível existência e efetiva atuação de uma Entidade, suficientemente inteligente, que pode ser denominada de Verdadeiro Autor do Universo e da Vida na Terra.
Uma observação atenta da face humana permite mostrar algumas dessas evidências. Os dois olhos, dotados de estruturas biológicas altamente complexas, estão bem localizados, permitindo uma visão tridimensional do entorno. As pálpebras, com seus cílios e músculos, as glândulas lacrimais e as sobrancelhas, também muito bem posicionados e muito úteis, indicam que foi necessário um ótimo designer para conceber e localizar tais órgãos.
O nariz e a boca, assim como as orelhas, foram igualmente muito bem moldados e posicionados na face para prestar indispensáveis benefícios para os humanos. O olfato, a alimentação e a audição, assim como a visão, ligados a tais órgãos, constituem sistemas altamente complexos que possuem propósitos essencialmente vinculados com a preservação da vida.
As mais de 5.000 espécies de mamíferos existentes no mundo, com grande diversificação em raças, possuem caras com esses mesmos órgãos, em diferentes formatos e localizações, muito bem adaptados às características específicas de sobrevivência de cada uma delas. Gatos e cães, por exemplo, possuem sistemas de visão e olfato bastante diferenciados dos nossos. Certamente as origens de tais diversidades não podem ser racionalmente atribuídas a mutações genéticas graduais e aleatórias. Sabemos, também, que os processos de seleção natural, em geral, nunca foram criativos.
As mais de 800.000 espécies de insetos conhecidas agravam os desafios intelectuais daqueles que acreditam que o acaso possa ser o efetivo criador da vida diversificada que existe e que já existiu na Terra. Os sistemas de visão destes animais possuem características inusitadas que estão, cada vez mais, surpreendendo os cientistas. As diferentes metamorfoses observadas em insetos e anfíbios (mais de 8.400 espécies) são processos igualmente desafiantes para a ciência que pesquisa a origem das espécies de animais.
A alternativa que coloca o “Deus” acaso como criador da vida altamente diversificada na Terra, ficou racionalmente inviabilizada com as descobertas científicas no mundo genético e no ambiente material essencialmente quântico. Nos genes foram devidamente codificadas as informações sobre formas, localizações e funções dos órgãos e sistemas que compõem os seres vivos, incluindo ações instintivas de reprodução, sentimentos e comportamentos dos animais de cada uma das raças e espécies existentes.
Nos genes estão os aprofundados e abrangentes saberes de matemática, física, química e biologia necessários e suficientes para moldar, por exemplo, tanto a formação do complexo sistema visual da respectiva raça, como o crescimento harmonioso de sinuosas vértebras e articulações, envolvendo múltiplos tendões e ligamentos, em cada diferente vertebrado (56.000 espécies). Além disto, no mundo material efetivamente tudo ocorre em ambientes atômicos e moleculares, envolvendo diferentes formas de energia e partículas como prótons, elétrons, quarks e mésons.
Como mostrou a clonagem da ovelha Dolly, os genes sabem o que deve ser feito, quando fazer, onde atuar e como conseguir os insumos necessários para alcançar os objetivos programados ao longo de toda a vida de cada espécie e raça. Sabem como acionar os mecanismos apropriados de ação e de reprodução, para assegurar a continuidade da vida individual e a preservação da respectiva espécie. No corpo humano adulto o sistema genético deve saber, dentre 10 trilhões de células em constante renovação, qual delas deve ser responsável por cada ação que precisa ser executada.
Desde a milagrosa e inexplicável criação das células e dos genes, todos os aspectos da vida na Terra, incluindo suas apresentações estéticas e suas respectivas dinâmicas, foram certamente gerados e organizados, e continuam sendo acionados e controlados, exclusivamente no nível genético, sendo sempre executados em ambientes energéticos, utilizando materiais essencialmente quânticos.
O Sol continua sendo o grande provedor de energia, que é absorvida pela clorofila das plantas e parcialmente repassada para os animais. As relações de complementaridade entre diferentes sistemas em cada organismo, os relacionamentos entre diferentes indivíduos em cada espécie e sobretudo as múltiplas e essenciais interações entre diferentes espécies de seres vivos tornam ainda mais evidente a imprescindível necessidade da existência e atuação, altamente eficaz e suficientemente inteligente, de um Verdadeiro Autor do Universo e da Vida na Terra.
*Raul Valentim da Silva é professor aposentado da UFSC