“Deixamos de ganhar R$ 395 mil por jovem evadido, enquanto para formar cada um desses jovens, o custo é de cerca de R$ 22 mil”, explica Laura Muller, economista do Insper e coautora de estudo
Brenda Souza se arrepende de uma decisão que tomou quando tinha apenas 13 anos. Naquele momento, ela, ainda uma pré-adolescente, saiu da escola para nunca mais voltar, o que comprometeu todo o seu futuro. Estudos apontam que pessoas que deixaram a escola têm menor empregabilidade e remuneração quando adultos. Isso tem um custo pessoal enorme e também para o país. Um grupo de pesquisadores do Insper, em parceria com a a Fundação Roberto Marinho, concluiu no estudo “Consequências da violação do direito à educação” que o país perde R$ 214 bilhões por ano por deixar 17,5% dos jovens sem terminar o ensino médio.
“Deixamos de ganhar R$ 395 mil por jovem evadido, enquanto, para formar cada um desses , o custo é de cerca de R$ 22 mil. É quase 20 vezes o custo/benefício. Não faz nenhum sentido permitir que essa perda aconteça”, afirmou a economista Laura Muller, que assina a pesquisa com Ricardo Paes de Barros, ambos professores do Insper, e mais as pesquisadoras Grazielly Rocha e Danielle Zanon.
De acordo com a Pnad Educação, do IBGE, nove milhões de brasileiros de 14 a 29 anos não terminaram o ensino médio. Ainda segundo a pesquisa, as principais causas foram trabalho e falta de interesse na escola — respectivamente 51,6% e 26,9% para homens; 24% e 21,5% para mulheres, que também abandonam por gravidez (22%) e trabalho doméstico (10% dos casos).
O Ministério da Educação (MEC) estuda um projeto de bolsas mensais para combater a evasão escolar e manter estudantes no ensino médio. A equipe econômica do governo avalia a medida e os impactos nas contas públicas para enviar o projeto de lei ao Congresso ainda este ano.
Leia na íntegra: O Globo