Quase metade desta população afirma que abandonou os estudos “porque tinha de trabalhar fora”, segundo pesquisa do Ipec para a Unesco
Em meio a tantas angústias que os estudantes brasileiros sentiram durante a pandemia, uma em especial afligia Alice Suelen Santana, Emilly Bárbara Gonçalves e Mariana Menezes. As meninas, todas de 15 anos, estavam vendo seus amigos simplesmente sumirem das salas de aula da Escola Municipal Maria Dias Trindade, em Paripiranga, no interior da Bahia. Foi assim que bateu o sentimento de urgência, de que alguma coisa devia ser feita.
“Quando entrávamos nas aulas remotas, não víamos os nossos colegas de classe e vinha a seguinte pergunta à cabeça: ‘Ele desistiu?'”, conta Emily, uma das criadoras do projeto Raízes do Meu Sertão, em que começaram a pensar estratégias para garantir que ninguém mais deixasse a escola e a buscar aqueles que já tinham desistido.
A percepção das amigas de que o problema era urgente e que eram necessárias ações imediatas reflete uma situação que se dissemina pelo país. Um levantamento do Ipec, feito a pedido do Unicef, revelou que 11% dos brasileiros de 11 a 19 anos estavam fora da escola em 2022. Isso corresponde a 2 milhões de meninas e meninos. Uma população do tamanho de Manaus.
Leia na íntegra: O Globo