Enquanto relata o processo de reconhecimento de sua própria branquitude, educadora investiga relações étnico-raciais em sala de aula, segundo o Jornal da USP
Uma pesquisa realizada na Faculdade de Educação (FE) da USP mostra como os professores da educação básica ainda têm deficiências para localizar o racismo no cerne das relações afetivas dentro da sala de aula. Na tese de doutorado intitulada Afetos da branquitude na formação de professores: por uma ética decolonizante, a educadora Daniela Campos parte de suas experiências como docente do curso de Licenciatura da Universidade Federal do Tocantins (UFT) para, num estudo autoetnográfico, investigar os instrumentos de mediação de competências socioemocionais para professores.
Misturando relatos pessoais, dados e teorias, Daniela expõe em sua pesquisa os processos de reconhecimento do racismo que permeiam suas próprias relações no campus. Além da narração de suas vivências na faculdade, a educadora também coletou testemunhos de sujeitos não brancos com os quais interage no campo da formação de professores, alunos e colegas de trabalho. Entre clássicos do pensamento psicológico, como Freud e Lacan, e autores do pensamento decolonial, como Franz Fanon, Lélia Gonzalez e Grada Kilomba, Daniela discute o conceito de afeto a partir de uma perspectiva crítica.
O estudo foi realizado no campus de Porto Nacional da UFT, um dos cinco campi da Universidade, sob orientação de Ana Paula Martinez Duboc, docente da FE.
Leia na íntegra: Jornal da USP