Novo ciclo de debates terá como tema “Cinema e Direitos Humanos”
Com o fim do ciclo de debates sobre “Cinema e Fascismo” e antes de iniciar o novo ciclo, sobre “Cinema e Direitos Humanos”, o Cineclube 757 exibiu nesta segunda-feira, dia 21, três curtas-metragens de cineastas egressos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). O público pôde assistir, no Teatro Carmen Fossari, as obras “Manhã”, de Zeca Pires e Norberto Depizzolatti; “Dás um Banho, Zé Perri” de Zé Dassilva; e “Em nome de Cruz e Sousa”, de Zé Rafael Mamigoniam. Após a exibição, o professor José Gatti mediou um debate junto aos realizadores Zeca Pires e Zé Rafael. O vice-presidente da Apufsc-Sindical, Adriano Duarte, e a secretária-geral, Viviane Heberle, marcaram presença no cineclube, que tem a Apufsc como uma das organizadoras.
Para José Gatti, que acompanhou de perto a formação dos cineastas durante a docência na UFSC, os curta-metragens são tão distintos que a única coisa que os une é o fato dos três diretores presentes se chamarem “Zé”: “São filmes de gêneros diferentes, mas de uma geração atrás da outra e obras que vitalizam o cinema de Santa Catarina”. Além dos atributos técnicos das obras, o professor destaca a experimentação de tempo e espaço de “Manhã”, a farra e os recursos digitais em “Dás um Banho, Zé Perri” e a recuperação histórica no documentário “Em nome de Cruz e Sousa”.
Lançado em 1989, “Manhã” foi um filme-escola, segundo Zeca Pires. O curta, gravado em película, é uma adpatação do poema “Morte do leiteiro”, de Carlos Drummond de Andrade. O cineasta lembra de ter recebido um cartão do poeta, no qual ele dizia ter lido o roteiro da dupla e autorizava a filmagem do texto. Pires destaca que ele e os colegas, homenageados na edição do Cineclube 757, tornaram o cinema irreversível no estado e que receberam muito apoio do professor Gatti. Na época, “Manhã” recebeu o apoio da Apufsc-Sindical.
Ao falar sobre “Em nome de Cruz e Sousa”, o professor, que leciona atualmente no curso de Audiovisual do Centro Universitário Senac, em São Paulo, recorda ter chorado de emoção pela qualidade do filme. O curta, segundo o autor Zé Rafael, “trata da invisibilidade dos negros nas imagens históricas encontradas” e tem um caráter educativo. Ao fazer uma recuperação iconográfica, Gatti ressalta que o documentário usa Cruz e Sousa como pretexto para tratar de figuras apagadas na história.
Sobre o Cineclube 757
O Cineclube 757 é idealizado por servidores ligados à Secretaria de Educação a Distância (Sead), ao Departamento Artístico e Cultural (DAC/Secarte) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), professores da Apufsc-Sindical e membros do Movimento Humaniza SC. A ideia é realizar mostras de filmes e documentários, defesas acadêmicas realizadas em audiovisual, lançamentos de obras fílmicas, debates, discussões e ciclos temáticos. No primeiro semestre de 2023, foi realizado o ciclo sobre fascismos, com exibição de filmes e debates. No segundo semestre, o novo ciclo será focado em cinema e direitos humanos.
Karol Bernardi
Imprensa Apufsc