Especialistas discutiram as nuances e desafios de modalidade que vem crescendo no país em sessão realizada na 75ª Reunião Anual da SBPC
Durante a pandemia de covid-19, o ensino a distância (EaD) cresceu exponencialmente: entre 2019 e 2020, a modalidade saltou de 19,1% para 26,8%, segundo dados do Mapa do Ensino Superior no Brasil 2022. Após a pandemia, essa tendência se manteve em alta, o que levou as instituições de ensino buscar a unir as vantagens do ensino a distância com o presencial. As vantagens e desvantagens – assim como o futuro do ensino híbrido – foram discutidos na mesa-redonda “Nuances e desafios do ensino híbrido”, realizada na última quinta-feira, dia 27, durante a 75ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). A reunião aconteceu de 23 a 29 de julho na Universidade Federal do Paraná (UFPR).
O ensino híbrido é considerado uma tendência na área da educação para o futuro. A modalidade, que mistura o ensino presencial e o online em um mix entre a sala de aula convencional e os conteúdos produzidos com apoio de ferramentas de tecnologia, porém, ainda não foi reconhecida pelo Ministério da Educação (MEC). Luis Bevilacqua, professor emérito do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (COPPE/UFRJ), apontou que o formato exige muitas discussões, e ainda há um longo caminho a ser percorrido. “Muitas vezes, a gente usa alguns desses conceitos sem ter muita clareza das definições. É preciso ainda muito debate para chegarmos a um modelo que realmente leve à melhoria da qualidade de ensino para os jovens brasileiros.”
Apesar de apenas reconhecer oficialmente o ensino presencial ou a distância, no ano passado o MEC lançou a Rede de Inovação para a Educação Híbrida, visando a promover a implementação de estratégias de educação híbrida por todos os entes federativos do País. “O hibridismo é nossa capacidade de atender a uma revolução que está em curso, chamada revolução digital, e que nossos educadores, gestores, e aqueles que fazem as políticas e as leis ainda não sabem lidar”, pontuou Ronaldo Mota, diretor-secretário da Academia Brasileira de Educação (ABE). Ele destacou que a revolução digital não mudou apenas a educação: ela mudou a cultura, a forma como as pessoas se relacionam, a relação que as pessoas têm entre si e até mesmo com a vida. “Certamente, a revolução digital nos levou a desafios – e também a estragos deixados pelo caminho que não são pequenos. Mas certamente esse veneno é parte do antídoto para se atingir sua compreensão mais plena, mais profunda.”
Leia na íntegra: Jornal da Ciência