Visita visa conhecer politicas educacionais adotadas pelo Centro de Inovação Docente de Medellín
A vice-reitora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Joana Célia dos Passos, faz parte da comitiva catarinense organizada pela Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), que viajou para Medellín, na Colômbia, para conhecer as experiências e iniciativas da cidade no combate e prevenção à violência. O objetivo é colher informações para subsidiar a elaboração de um projeto de lei a ser apresentado à Alesc até o fim do mês de agosto.
A cidade colombiana foi escolhida pois enfrentou uma onda de violência nos anos 1990. O cenário começou a mudar a partir de 2004, quando foram adotadas iniciativas como construção de bibliotecas e centros culturais, abertura à comunidade dos espaços escolares, espaços verdes e melhorias na infraestrutura urbana, com envolvimento da sociedade civil. Essas políticas focadas na educação e cultura contribuíram para redução dos índices de criminalidade.
Medellín já foi a cidade mais violenta do mundo, onde a guerra entre cartéis do narcotráfico ameaçava permanentemente a vida da população. Nos últimos 30 anos, a cidade estabeleceu como estratégias: educação e produção de cultura; entornos protetores e convivência para a paz. Os resultados são visíveis. A construção de equipamentos públicos como a integração do transporte público, o que permite a mobilidade urbana; as bibliotecas nos bairros; as escolas e centros culturais, tendo a participação popular como principal instrumento, fazem de Medellín uma cidade menos violenta. Com Comitês de Convivência para a Paz, as comunidades periféricas são agentes de transformação social.
“Um grande diferencial é a valorização dos professores e professoras e da escola como espaço seguro. As escolas são concebidas como lugar de acolhimento e de educação crítica, onde a memória do território é reconstituída para que jamais se esqueça o que se viveu. O respeito à diversidade é outro aspecto importante pra assegurar a pedagogia da paz; o esporte e a cultura são instrumentos que oportunizam o desenvolvimento integral dos(as) estudantes”, analisa a professora Joana.
De acordo com ela, para as professoras e professores a arte é a coluna vertebral de toda a transformação. Além disso, a relação da escola com seu entorno produz uma rede de segurança e de acolhimento aos estudantes e suas famílias. “Na escola de Medellín a polícia não entra. O que se percebe é que há vários instrumentos de participação social e comunitária que permitem que os rumos do bairro e da cidade sejam responsabilidade coletiva. Os desafios para manutenção da paz são grandes, mas a existência de um projeto coletivo com o foco na convivência pela paz é um avanço”, afirma a vice-reitora.
Fonte: Notícias UFSC