Discussões, análises e ações para a elaboração e implementação de políticas e diretrizes são atividades promovidas pelo Grupo de Trabalho (GT)
A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) passa a ter, a partir desta quarta-feira, 28 de junho, um Grupo de Trabalho (GT) focado na equidade de gênero, com a proposta prioritária de criar uma política específica de combate à violência de gênero. A primeira reunião do GT Equidade de Gênero ocorreu durante a tarde, a partir das 14h, focada na construção da Política de Equidade de Gênero da UFSC. “Esse plano pode incluir atividades como pesquisas, levantamento de dados, revisão de normas e regulamentos, audiências públicas, entre outros”, pontua a pedagoga Carolina Seidel, coordenadora de Diversidade Sexual e Enfrentamento da Violência de Gênero (Cdgen), instituída em janeiro.
O objetivo do grupo é promover discussões, análises e ações para a elaboração e implementação de políticas e diretrizes que promovam a equidade de gênero na instituição. Participam das atividades representantes da comunidade acadêmica, incluindo docentes, discentes, servidores técnicos-administrativos, além de representantes de movimentos sociais.
Segundo Carolina, o grupo está em fase inicial de implantação e tem como objetivo dar continuidade às indicações de um Grupo de Trabalho que foi instituído em 2021, na antiga Secretaria de Ações Afirmativas e Diversidades (Saad). “O atual GT é também resultado do desmembramento do tema de gênero da política de enfrentamento ao racismo institucional aprovada no ano passado que, inicialmente, abarcava a questão da equidade de gênero”, explica. Hoje, as ações estão no guarda-chuva da Pró-Reitoria de Ações Afirmativas e Equidade (Proaf).
“Garantir que diferentes vozes sejam ouvidas”
A agenda de encontros quinzenais começa a ser implementada a partir da próxima semana. De acordo com a pedagoga, a proposta é que o GT contribua com a questão da equidade de gênero de várias maneiras. “Ao envolver representantes de diferentes segmentos da comunidade acadêmica, o grupo promove a diversidade de perspectivas e experiências, garantindo que diferentes vozes sejam ouvidas e consideradas na elaboração da política”, observou.
Outro aspecto importante é que o grupo pode realizar análises e diagnósticos para identificar desafios e lacunas existentes na promoção da equidade e da prevenção da violência de gênero na instituição. “Com base nessas análises, o grupo pode propor ações concretas, como a criação de programas de capacitação, campanhas de conscientização, revisão de políticas institucionais, acolhimento e fluxos de denúncia, entre outras medidas”.
Combate à violência de gênero estará em normativa
A violência de gênero é um dos pontos de partida sobre o qual o grupo irá se debruçar. Carolina explica que é necessário ter, em um horizonte, a ideia de construir uma normativa para coibir estas violências, apontando caminhos para lidar com vítimas e agressores, sensibilizando e educando a comunidade universitária. “O grande desafio está na criação de mecanismos que instrumentalizem a Universidade para enfrentar, em seu contexto administrativo, a violência sexual e de gênero”.
Ela lembra, ainda, que este é um problema complexo e sensível que afeta a vida de muitas pessoas, sendo necessária a articulação com outros setores e serviços da instituição, para garantir espaços seguros e acolhedores às vítimas.
A pedagoga lembra que, para além da questão da violência, o GT deve atuar de forma abrangente, abordando diversos aspectos da equidade de gênero na UFSC, de forma interseccional, para promover uma cultura institucional mais equânime. “O grupo trabalhará considerando as disparidades existentes e propondo medidas que garantam a equidade no acesso, na permanência, na carreira acadêmica, no acesso a cargos de liderança, na distribuição de recursos e oportunidades de pesquisa, entre outros aspectos relevantes”, finaliza.
Fonte: Notícias UFSC