Por cortes na pesquisa, universidades brasileiras caem na edição de 2023 do Center for World University Rankings
Gabirella Freitas, de 29 anos, foi a melhor colocada para a seleção de doutorandos do Programa de Pós-Graduação em Ciências Morfológicas, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em 2019. Depois da alegria da aprovação, veio o primeiro corte de bolsas no governo Jair Bolsonaro, que paralisou os pagamentos e seus estudos por dois meses. No fim da gestão passada, em 2022, mais duas semanas sem pesquisar por falta de dinheiro. Após muitos atropelos financeiros, a pesquisa sobre um vírus que combate a forma mais agressiva de câncer no cérebro será finalmente concluída este ano.
As desventuras em série de cientistas brasileiros nos últimos anos tiveram impacto na produtividade das universidades. O ranking da edição de 2023 do Center for World University Rankings (CWUR) mostra que 29 instituições de ensino superior do país sofreram queda na avaliação anual, que desta vez analisou o desempenho de 20.531 universidades em todo o mundo.
Este ano, de acordo com a própria publicação, uma das mais prestigiadas no meio acadêmico, o principal fator de declínio das instituições brasileiras na classificação geral foi o mau desempenho em pesquisa. As fragilidades do Brasil sucumbiram à intensa competição global de universidades com forte financiamento para ciência e tecnologia.
O Brasil tem 54 universidades entre as duas mil primeiras do CWUR. Enquanto 29 caíram na análise de desempenho (caindo 734 posições), apenas 23 tiveram uma discreta melhora em relação ao ano passado (subindo 229 posições). Em 2022, o Brasil tinha 56 universidades entre as duas mil melhores. A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) aparece em 10° lugar no ranking nacional.
Leia na íntegra: O Globo