Com uma trajetória profissional de quase 70 anos na área da saúde, incluindo passagem pela docência no curso de Medicina da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Cid Gomes deixou marcas importantes
A medicina catarinense perdeu nesta segunda-feira, dia 1°, o pneumologista Cid Gomes, aos 93 anos. Ele morreu vítima de falência cardíaca. Com uma trajetória profissional de quase 70 anos na área da saúde, incluindo passagem pela docência no curso de Medicina da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Cid Gomes deixou marcas importantes como médico, pesquisador científico, gestor e exemplo de solidariedade ao exercer o trabalho voluntário no atendimento aos idosos do Asilo Irmão São Joaquim, em Florianópolis.
O velório do médico ocorreu nesta terça-feira, dia 2, na Loja Maçônica Lauro Mueller, no bairro Trindade. O sepultamento foi logo depois, no Cemitério Jardim da Paz, também na capital.
Cid nasceu em 24 de outubro de 1929. Em 1954, iniciou o curso de Medicina na Universidade Federal do Paraná (UFPR), seguido de uma pós-graduação em Pneumologia, no Rio de Janeiro. O início da vida profissional aconteceu em Itajaí, onde foi diretor do Centro de Saúde e um dos primeiros médicos do Hospital Marieta Konder Bornhausen. Em 1961, já casado com Lia Rihl Gomes, passou a morar em Florianópolis, cidade na qual, além de médico, exerceu inúmeras outras funções na área da saúde.
Ao longo da carreira profissional, Cid Gomes foi professor do curso de Medicina da UFSC e ocupou vários cargos, como diretor da Vigilância Epidemiológica, diretor do Hospital Nereu Ramos, superintendente do Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (Inamps), vice-presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia e secretário-adjunto da Secretaria Estadual da Saúde.
Além disso, sempre esteve envolvido em ações importantes da saúde catarinense. Nas décadas de 1950 e 1960, trabalhou intensamente no combate à tuberculose, sendo um dos fundadores da Associação de Combate à Tuberculose no estado. Em 1980, acompanhou a visita do cientista Albert Sabin à Santa Catarina para orientar e estabelecer critérios para o combate a poliomielite. A partir da década de 1990, quando começou a atender pacientes com HIV, tornou-se membro pesquisador do Conselho Nacional de Saúde.
O médico pneumologista era leitor voraz e viajou o mundo incansavelmente em busca de novos conhecimentos ou para repassá-los. Foram incontáveis participações em cursos e congressos em países da América Latina, Estados Unidos e até mesmo no Japão, onde na década de 1970 cursou especialização em Programas de Combate à Tuberculose. Entre tantas funções e responsabilidades, ainda conseguiu conciliar a paixão pelo futebol com o cargo de médico do Avaí Futebol Clube.
O pneumologista teve sete filhas, 11 netos e 15 bisnetos. Sete pessoas da família seguiram carreira profissional na área da saúde. A comunidade universitária, enlutada, lamenta a a perda e solidariza-se com a família e os amigos de Cid Gomes.
Fonte: Notícias UFSC