Encontro aconteceu nesta quinta-feira, dia 20, no auditório da Reitoria, e foi mediado pela vice-reitora Joana Célia dos Passos
A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, se reuniu com representantes de movimentos sociais nesta quinta-feira, dia 20, no auditório da Reitoria da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). No encontro, a ministra ouviu as demandas de representantes de mulheres negras, indígenas, transgêneros, camponesas e pescadoras, além de outros grupos sociais minoritários. O encontro foi mediado pela vice-reitora da UFSC, Joana Célia dos Passos, que compôs a mesa ao lado da deputada estadual Luciane Carminatti (PT) e da deputada federal Ana Paula Lima (PT).
A vice-reitora da UFSC abriu o evento falando sobre a importância de a ministra das Mulheres estar na universidade, dialogando com os movimentos sociais do estado. “A escuta sobre Santa Catarina, a escuta sobre as nossas questões daqui, são necessárias de se fazer pelo governo federal. É aqui que nós temos vivenciado um número de atrocidades, o crescimento do feminicídio, o crescimento das células neonazistas, que se põem na condição de estar em qualquer lugar, inclusive dentro da universidade”, pontuou.
Na sequência, as mulheres que estavam compondo a mesa, cada uma representando um grupo minoritário específico, tiveram três minutos cada para fazer seus apontamentos. Falaram a Luciana Freitas, do Movimento Negro Unificado (MNU), Nandja Schirlei da Rocha, do povo indígena Xokleng/Laklano, Mirê Chagas, do 8M, e Mariana Franco, representando a população transexual e trangênero, enquanto transpesquisadora e ativista.
Encontro da ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, e movimentos sociais aconteceu no auditório da Reitoria da UFSC (Fotos: Lais Godinho/Apufsc)
A ministra das Mulheres também ouviu outras mulheres além das que compuseram a mesa, e tomou nota de todas as demandas que estavam sendo colocadas. Foram abertas cinco inscrições para que o público pudesse se manifestar. O número foi pequeno devido à agenda da ministra, que tinha compromissos na Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina (Alesc).
Ao começar a responder, Cida Gonçalves falou sobre o cenário que encontrou no ministério e da luta por recomposição orçamentária da pasta. “O Ministério das Mulheres, quando nós assumimos no dia 1º de janeiro, era um ministério transformado simplesmente em cuide de uma mulher, salve uma mulher, proteja uma mulher, faça qualquer coisa com uma mulher, menos transformar ela em um sujeito de direito, com capacidade”, disse.
A ministra contou sobre as ações que conseguiu concretizar e anunciar em 8 de março, Dia Internacional da Mulher, em parceria com as demais pastas, e assumiu o compromisso de reconstruir o Ministério das Mulheres. “Nós vamos voltar todas as políticas públicas que nós já fizemos pelo país, e nós vamos avançar”, se comprometeu diante dos movimentos sociais. Uma das ações destacadas é a meta de feminicídio zero, porque, pontuou Cida, o feminicídio “é a concretude mais forte e real da violência contra as mulheres”.
Aproveitando a oportunidade, a ministra encerrou a reunião convidando os movimentos sociais a se unirem ao Ministério das Mulheres para fazer a Marcha Contra a Misoginia em todo o país.
Assista à transmissão na íntegra:
Lais Godinho
Imprensa Apufsc