Sem espaço físico próprio para alocar as turmas e com a obra de prédio administrativo parada há anos, situação preocupa docentes
No dossiê sobre as condições de trabalho docente e funcionamento geral levantado pela Apufsc-Sindical e entregue à nova gestão de Reitoria da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em julho do ano passado, a unidade de ensino que apresentou as condições de estrutura física mais precárias foi o Centro de Ciências Físicas e Matemáticas (CFM). Sem espaço físico próprio para alocar as turmas e com a obra de prédio administrativo parada há anos, a situação preocupava a docentes — e continua preocupando.
À época do levantamento, os blocos modulados, que anteriormente abrigavam a maioria das turmas do centro, estava sendo desocupado, com poucas salas de aula ainda aptas para uso. O prédio, que havia sido construído há quase 50 anos como uma estrutura temporária, agora já está sem turmas e com previsão de demolição, porém sem data definida até o momento. Ainda é necessário que os centros acadêmicos e atléticas desocupem as instalações, entretanto, não há um novo local para as entidades estudantis se instalarem.
Além dos blocos modulados, que serão demolidos, o CFM tem outros dois prédios: uma construção parada que futuramente será o prédio administrativo, que fica ao lado do Colégio de Aplicação; e, atrás dessa construção parada, um prédio com blocos que abrigam os departamentos, coordenações de cursos, auditórios, laboratórios e apenas três salas de aula do Departamento de Física.
As três salas de aula que o CFM dispõe internamente são insuficientes para atender a demanda do centro, que tem quatro cursos de graduação — Física, Matemática, Oceanografia e Química. Nos horários em que não há aulas de Física, os outros cursos usam a sala, porém parte das turmas do CFM depende de alocação em outras unidades de ensino e no Espaço Físico Integrado (EFI).
Falta de manutenção
No único prédio que o centro dispõe, ainda há problemas de aparelhos de ar-condicionado sem manutenção e de falta de acessibidade. Além disso, o elevador do prédio que está desativado porque sofreu um furto de fios elétricos e não há contrato para manutenção, e as calçadas que davam acesso ao bloco de Matemática foram destruídas pela empresa que está construindo o prédio administrativo. “A gente tem um professor com limitações de movimento, um pós-doutorando na Física e pelo menos uma aluna [de graduação] e a gente está sem aquele elevador, isso é bem grave”, alerta o diretor do CFM, Nilton da Silva Branco.
Na avaliação do diretor, a única melhora que aconteceu foi em relação à segurança. “A Secretaria de Segurança Institucional disse que houve algumas mudanças de condutas, mais rondas, mais iluminação. A gente teve alguma proteção maior de patrimônio, isso melhorou bastante”, afirma. A melhora foi notada nos últimos dois meses”.
Construção do prédio administrativo já leva quase dez anos
A obra de construção do prédio administrativo do CFM começou em julho de 2023, portanto, está prestes a completar dez anos. A obra, que previa a construção de laboratórios de ensino e pesquisa, salas de apoio administrativo, biblioteca, auditório, lanchonete, sala de reprografia, sala da Direção, era para ter sido concluída em novembro de 2014, entretanto, o contrato com a empresa construtora foi rescindido em junho de 2015 com 43,3% da obra concluída. A construção permaneceu parada por anos.
Construção do CFM já leva quase dez anos. Ao comparar as fotos de dezembro de 2014 e junho de 2022, é possível notar que não houve evolução (Foto 1: Galeria UFSC, Foto 2: Karol Bernardi/Apufsc)
Em janeiro de 2020, a obra foi retomada, dessa vez com previsão de conclusão para julho de 2021. Já estamos em abril de 2023 e apenas 18,6% da obra prevista foi executada. Apesar de a UFSC ter conseguido reaver os recursos da obra, não são suficientes para concluir o prédio.
“Houve uma certa esperança na troca de gestão, mas a gente está de novo numa situação muito parecida com a de antes, da gestão anterior”, lamenta o diretor.
Outro lado
A equipe de Comunicação da Apufsc também ouviu a Administração Central da universidade sobre os problemas identificados. As respostas, enviadas nesta quarta-feira, dia 18, pela Coordenação de Imprensa do Gabinete da Reitoria. Leia a resposta da UFSC na íntegra.
Lais Godinho
Imprensa Apufsc