O campus completou nove anos em março e nunca teve sede própria. Faltam salas de aula, salas para docentes e espaço para laboratórios e convivência
Desde sua inauguração, há nove anos, o Centro Tecnológico, de Ciências Exatas e Educação (CTE) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), o único do campus de Blumenau, enfrenta problemas de falta de estrutura física. Instalado em um prédio alugado, faltam salas de aula, salas para docentes e espaço para laboratórios e convivência, segundo os docentes. Os problemas de espaço físico já haviam sido apontados no dossiê sobre as condições de trabalho docente e funcionamento geral realizado pela Apufsc-Sindical e entregue à Reitoria em julho do ano passado. A direção do CTE ainda tem expectativa de que a tão sonhada sede própria seja conquistada em 2024.
O espaço físico da UFSC em Blumenau não acompanhou o crescimento dos programas de pós-graduação e a ampliação de pesquisas do campus, de acordo com a direção do CTE. Além da falta de espaço para novos laboratórios e dos diversos pedidos de ampliação dos laboratórios atuais, em épocas mais movimentadas faltam até mesmo salas de aula. O diretor do CTE, Adriano Péres, destaca que é “bastante difícil fazer os ensalamentos das turmas a cada semestre, e dispor de salas para monitorias, reuniões, capacitações, atendimentos e palestras”.
Se para as aulas já faltam salas, para docentes a situação se repete. As salas de professoras e professores são compartilhadas com cerca de 7 a 10 pessoas, “não sendo adequado para momentos de concentração”, conforme aponta o diretor. Também faltam salas para chefes de departamento e coordenadores de curso, que precisam compartilhar o espaço com colegas, afirma o diretor. Os docentes tampouco têm espaço para convivência, e o local destinado às refeições e descanso “é muito pequeno e não oferece privacidade e conforto”, diz Péres. Até mesmo vagas de garagem faltam para servidores e estudantes, complementa.
A necessidade de ampliação do campus de Blumenau também é relativa à falta de servidores. De acordo com o diretor do centro, ainda falta implementar 22 vagas de docentes e 43 vagas de técnicos — principalmente para atuar nos laboratórios dos cursos de engenharia — para ser cumprido o pacto de criação do campus de Blumenau. “O campus sente muito a falta de pessoal, todos estão sobrecarregados para manter o nível de excelência que entendemos ser alcançado. Os nossos cursos são todos conceito 5 no Enade [Exame Nacional de Desempenho de Estudantes]”, defende.
Assim como nos demais centros consultados pela Apufsc, o CTE enfrenta problemas com a manutenção de aparelhos de ar-condicionado e computadores. Devido à umidade da região, no verão, a sensação térmica em Blumenau é até 10°C superior à temperatura ambiente. Quanto aos computadores, a solução que a direção do centro encontrou foi fazer fiscalização dos contratos e executar chamados aos fornecedores para intervenções previstas em garantia e fora da garantia.
No dia 17 de março, o campus de Blumenau completou nove anos sem nunca ter tido uma sede própria. Adriano Péres destaca que estão “com tratativas junto ao MEC [Ministério da Educação] para a viabilização da aquisição da tão sonhada sede própria e há sinalização para que isto possa ser alcançado no ano de 2024”.
Outro lado
A equipe de Comunicação da Apufsc também ouviu a Administração Central da universidade sobre os problemas identificados. As respostas, enviadas nesta quarta-feira, dia 18, pela Coordenação de Imprensa do Gabinete da Reitoria. Leia a resposta da UFSC na íntegra.
Lais Godinho
Imprensa Apufsc