Para o diretor Alexandre Nogueira, falta de verbas, pessoal e questões contratuais dificultam soluções
Com prédios na Carvoeira e no Córrego Grande, em Florianópolis, o Centro de Ciência de Biológicas (CCB) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) tem realidades diferentes em cada espaço. Apesar das particularidades, os problemas de manutenção de infraestrutura e ar-condicionado se destacam, assim como em outros Centros da universidade, conforme a Apufsc-Sindical tem levantado na série de reportagens sobre as condições de trabalho docente. Para o diretor do CCB, Alexandre Verzani Nogueira, a UFSC não dá conta dessas demandas comuns por questões contratuais, falta de pessoal e de verbas.
O espaço onde ficam os laboratórios de Anatomia, localizado no bairro Carvoeira, é o local mais crítico segundo Nogueira. Em anexo às salas já desativadas do CCB e com acesso pelos blocos modulados, os laboratórios atendem diversos cursos de graduação e cerca de 1,5 mil alunos. “Seguramente é a parte estrutural mais complicada, a gente só vive fazendo reparo, pintura, etc”, destaca o diretor. Por estar em uma área mais baixa do terreno, no fim do ano passado, quando a UFSC foi atingida por um forte temporal, a área chegou a ficar alagada.
Ainda na Carvoeira, fica o departamento de Botânica, em uma das construções mais antigas da UFSC. Nele, o problema mais constante é o da falta de ar-condicionado. O docente conta que o CCB tem alguns aparelhos que funcionam e ainda estão na área desativada, mas que não podem ser realocados, pois a universidade está sem contrato de manutenção para isso.
Nogueira afirma que esses problemas das estruturas antigas, principalmente do Anatômico, só serão resolvidos quando um novo prédio for construído, junto das demais instalações que ficam no bairro Córrego Grande. “A área a gente já tem, o próximo passo é fazer o projeto e conseguir o recursos”, completa o diretor. Ele explica que o Departamento de Projetos de Arquitetura e Engenharia (Dpae) e a universidade já sinalizaram positivamente, agora só falta verba de capital para isso.
Hoje a maior parte do CCB está no Córrego Grande. Nos blocos onde ficam as salas de aula, o diretor conta que há problemas do quadro elétrico e de climatização. Já na nova edificação, onde está a direção do Centro, os problemas esbarram na falta de servidores e na manutenção predial. “A rotatividade do servidores técnicos é muito alta, são muitos anos sem reajuste. Então vários estão fazendo concurso em outros lugares. E isso é um problema porque quando esse cara sai leva muito tempo para ter outro no lugar”, explica Nogueira, que complementa “ser gestor hoje é um grande desafio”.
Obra inacabada
Os blocos E, F, G do CCB, localizados no bairro Córrego Grande, foram inaugurados em dezembro de 2018 para abrigar salas administrativas e laboratórios. Na época, a gestão ocupou o prédio aos poucos, pois ainda faltavam alguns trâmites burocráticos. A empresa contratada, no entanto, não concluiu a obra, por isso, mais de quatro anos depois, ela é considerada inacabada pela Administração Central da UFSC. “Então toda a manutenção que eles tinham que dar durante o período de garantia, hoje não fazem mais, quem faz isso é a universidade”, explica o diretor.
“Todas essas pendências, porta que não abre, elevador que nunca funcionou, um outro cano com problema, são coisas que só vão ser resolvidas com nova licitação para terminar a obra”, conclui Nogueira, lembrando que o Ministério da Educação prometeu liberar verbas para finalizar essas obras. O diretor ainda acrescenta que o diálogo com a Reitoria tem sido bom, “eles estão atentos, querendo ajudar, mas para isso precisa ter recurso e pessoal”.
Outro lado
A equipe de Comunicação da Apufsc também ouviu a Administração Central da universidade sobre os problemas identificados. As respostas, enviadas nesta quarta-feira, dia 18, pela Coordenação de Imprensa do Gabinete da Reitoria. Leia a resposta da UFSC na íntegra.
Karol Bernardi
Imprensa Apufsc