Flávio José Cardoso publicou “Singradura” em 1970. Em 2020, a EdUFSC reeditou o livro
O jornalista e escritor Flávio José Cardozo participou na última sexta-feira, dia 31, do projeto Livro na Praça — ler para se libertar, promovido pela Editora da UFSC (EdUFSC). No evento, o autor falou sobre a história por trás da produção de seu primeiro livro, “Singradura”. O projeto, que acontece na Igrejinha da UFSC, contou também com a apresentação de músicas autorais de Rafael Hagemeyer, acompanhado do violinista Theo Cassoli.
Waldir Rampinelli, diretor da EdUFSC, abriu o encontro lembrando do papel social, cultural e político do Livro na Praça. “Os grandes movimentos sociais foram precedidos por leituras de grandes livros, por isso a editora faz esse evento”, ressaltou. O projeto, que teve início no ano passado, tem sete edições previstas para este primeiro semestre.
Membro da Academia Catarinense de Letras, Cardoso tem contos, crônicas e traduções publicadas. Natural de Lauro Muller, foi o mar e a cidade de Florianópolis que inspiraram o autor em “Singradura”. “Flávio de um ponto faz um conto e de um pingo faz uma crônica. Quando a gente lê o Flávio, a gente flutua. Nunca li alguém que tenha trabalhado com tanta maestria a palavra”, enfatizou o diretor da EdUFSC, visivelmente encantado.
(Fotos: Karol Bernardi/Apufsc)
O escritor, que trabalhou anos em importantes jornais do país, lembra de dois fatores que impactaram na sua escrita, em especial da primeira obra. “A explicação para esse livro tem a ver com a minha infância remota, eu nasci no pé da serra do Rio do Rastro e levei 12 anos para conhecer o mar, só depois que o conheci entendi a grandeza dele.” Além do mar, Cardozo conta sobre o deslumbramento que sentiu ao ler “Homens e Algas”, de Othon D’Eça. “A poética dele fez eu me interessar pela figura humana e pela paisagem da nossa ilha.”
E foi o encantamento por Florianópolis, a linguagem, os nomes das praias e a sonoridade do dia a dia dos ilhéus, que Cardozo viveu na juventude, que contribuíram para a produção de “Singradura”. Livro este publicado originalmente em 1970, pela Editora Globo, após três contos do autor ganharem um concurso literário no Paraná. “O que o resume minha trajetória como romancista é meu relacionamento afetivo e literário com Florianópolis”, destaca o autor.
(Fotos: Karol Bernardi/Apufsc)
Programação
Abril
14/4: Professor Fábio Lopes – “Em defesa da liberdade”
28/4: Professora Juliana Salles Machado – “Abril Indígena”
Maio
12/5: Professora Zilma Guesser – Cruz e Sousa: a negritude na obra do poeta negro
26/5: Professores Raphael Grazziano e Lino Peres – A arquitetura e a cidade
Junho
16/6: Jornalistas Elaine Tavares e Miriam Santini de Abreu – Jornalismo independente e a crítica do cotidiano
23/6: Professor Waldomiro da Silva Códices – Os primeiros livros da história da América Latina, de Miguel León-Portilla
30/6: Professores Paulo Capela e Edgard Matiello – Esporte e lazer na cultura dos trabalhadores
Karol Bernardi
Imprensa Apufsc