Coletivo realiza Caminhada pela Democracia neste sábado, em Florianópolis

Em cada ponto do percurso haverá uma encenação teatral e contextualização de um momento da história

O Coletivo Catarinense Memória, Verdade e Justiça, em conjunto com entidades parceiras, organiza a Caminhada pela Democracia — 59 anos do golpe neste sábado, dia 1º, às 9h, com saída em frente à União Catarinense dos Estudantes (UCE), localizada na rua Álvaro de Carvalho, 246, no Centro de Florianópolis. O roteiro foi construído com base na pesquisa histórica do Acervo Memória e Direitos Humanos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc). Em cada local de parada, haverá encenação teatral e contextualização histórica.

Conheça os pontos de memória do trajeto

União Catarinense de Estudantes 
Rua Álvaro de Carvalho nº 246, no Centro, próximo do terminal de ônibus. A UCE existe desde 1949 e, em 1961, atuou junto com a União Nacional dos Estudantes (UNE) na campanha da legalidade a favor da posse de João Goulart e em ações no campo da cultura com a criação do Centro Popular de Cultura e da UNE Volante, voltados à erradicação do analfabetismo e ao aumento da conscientização popular. Foi neste prédio que começou o Restaurante Universitário. Em 1964, com o golpe civil-militar, houve perseguição aos opositores, o presidente da entidade foi preso, e a sede, fechada.

Homenagem póstuma a Khader Othman 
Rua Conselheiro Mafra nº 126 – Comerciante palestino radicado no Brasil desde a década de sessenta. Foi militante ativo e comprometido com a nobre Causa Palestina e o movimento de libertação da Palestina.

Esquina Democrática
Rua Felipe Schmidt com Rua Deodoro – ponto de encontro importante na vida da cidade, sendo palco de várias manifestações políticas e culturais em defesa das liberdades democráticas.

Livraria Anita Garibaldi 
Praça XV de novembro, nº 27 – reunia a esquerda da cidade para conhecer as novidades literárias e debater o momento político. Por isso, esteve na mira das ações violentas da direita, que, no dia 3 abril de 1964, a invadiu, depredou e fez uma grande fogueira com seus livros em plena Praça XV de Novembro, na tentativa de apagar o pensamento crítico e a defesa da democracia.

5° Distrito Naval 
Rua Nunes Machado, esquina com Av. Hercílio Luz – Comando da chamada “Operação Limpeza” que iniciou no dia seguinte ao golpe militar de 1964, dia 2 de abril, com o objetivo de prender as pessoas que apoiavam o governo do presidente João Goulart, deposto ilegalmente do cargo.

Câmara Municipal de Florianópolis 
Rua Anita Garibaldi, 35 – inaugurado dia 31 de outubro de 2014, o “Monumento ao Nunca Mais” faz parte da campanha permanente em memória de todos que lutaram contra a Ditadura, desde o golpe de 1964. Uma homenagem à resistência da sociedade brasileira contra o estado de exceção implantado, que resultou na morte de 489 pessoas e no aprisionamento com tortura e sevícias de mais de 10 mil brasileiros.

Novembrada 
Praça XV de Novembro, em frente ao Palácio Cruz e Souza – Em 30 de novembro de 1979, o movimento estudantil se manifestou na recepção ao presidente da República, General Figueiredo, contra o forte aumento de preços dos alimentos, luz, gás e gasolina, com expressiva adesão da população. A polícia levou sete estudantes da UFSC presos, enquadrados na Lei de Segurança Nacional. Após serem soltos, responderam processo por mais de um ano e ao final foram inocentados.

Diretas Já 
Praça XV de Novembro, no Largo da Catedral – grande movimento popular ocorrido em todo o país, nos anos de 1983 e 1984, que defendia a aprovação, no Congresso Nacional, da Emenda Constitucional 05/1983, para a realização de eleições presidenciais diretas. Em 1985, através de um Colégio Eleitoral, Tancredo Neves foi escolhido presidente da República, porém, imediatamente após a posse, veio a falecer, e seu vice, Sarney, assumiu a presidência. Somente em 1989 veio a acontecer eleição direta, e Fernando Collor de Melo foi eleito presidente da República.

Fonte: Notícias da UFSC