No início do ano letivo, prédio D do Centro de Comunicação e Expressão completou 21 dias sem água
Há mais de oito meses à frente da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), o reitor Irineu Manoel de Souza enfrenta uma questão frequente na instituição: os problemas de manutenção predial. Em 2022, a Apufsc-Sindical entregou à nova gestão um dossiê sobre as condições de trabalho docente e funcionamento geral da UFSC. Passado esse tempo, relatos de diretores de Centros de Ensino são de que a situação pouco mudou. Para Fábio Lopes, diretor do Centro de Comunicação e Expressão (CCE), na verdade, “as coisas pioraram dramaticamente” e a “universidade se encontra à beira de um colapso”.
Professor de Linguística e diretor do CCE desde 2021, Lopes acredita que o problema da UFSC não é apenas financeiro, mas também de gestão. “A Reitoria tem que encarar o fato de que nós estamos vivendo à beira do colapso, estamos vivendo uma crise administrativa e institucional de proporções bíblicas.” Ele ainda complementa que é necessário que um plano de gestão de crise seja criado, “com um conjunto de medidas muito bem desenhadas e um cronograma, se não a universidade vai afundar no colapso total.”
No Dossiê da Apufsc-Sindical, em 2022, os chefes de departamento do CCE relataram problemas de manutenção de estrutura física, como infiltrações, goteiras, bebedouros e ar-condicionado sem funcionamento, além de um quadro defasado de docentes e técnicos administrativos (TAEs). Lopes afirma que tudo isso permanece. “Eu diria que todos os setores de infraestrutura [do CCE] então muito prejudicados.”
Apesar de todos os problemas, o prédio D do CCE é o que mais preocupa o diretor, visto que é frequentemente atingido pela falta de água. Com oito andares, o local abriga salas de aula desenhadas especificamente para as necessidades do curso de artes cênicas, além de salas administrativas, de coordenação de curso e chefias de departamento. Nesta terça-feira, dia 28, segundo Lopes, o prédio completa 21 dias sem abastecimento de água.
A cada chuva, Lopes afirma ter que contatar o Departamento de Manutenção Predial e de Infraestrutura (DMPI), pois a casa de bombas do prédio D fica no subsolo e, com a água, as bombas submergem e engripam deixando o prédio desabastecido. O diretor conta que, após anos com a situação se repetindo, recentemente conseguiu se reunir com o reitor e com o prefeito do campus, Hélio Rodak de Quadros Júnior, para tratar no assunto. Ele relata que, na ocasião, Rodak declarou que será feita a administração do local.
Departamento de Jornalismo
A Comissão de Espaço Físico do Departamento de Jornalismo, que fica no CCE, elaborou um levantamento, realizado durante os meses de janeiro e fevereiro de 2023, período de férias dos estudantes e docentes. Alguns dos problemas foram relatados por decentes e técnicos-administrativos, que usam os espaços com mais frequência. A partir do levantamento, foi solicitada a manutenção de alguns itens dos espaços físicos do departamento, como troca de iluminação queimada, manutenção do jardim e dos bebedouros, dedetização. Quase todos os pedidos foram atendidos, segundo a Comissão. Também havia a previsão de ser realizada a manutenção, higienização e limpeza dos aparelhos de ar-condicionado. A Comissão informou ainda que todas as solicitações relatadas à Secretaria do Jornalismo já foram encaminhadas ao setor responsável, via solicitação digital, e estão em uma fila de espera. Caso surjam novas, elas poderão ser acrescidas à lista. Leia o levantamento na íntegra.
Outro lado
A equipe de Comunicação da Apufsc também ouviu a Administração Central da universidade sobre os problemas identificados. As respostas, enviadas nesta quarta-feira, dia 18, pela Coordenação de Imprensa do Gabinete da Reitoria. Leia a resposta da UFSC na íntegra.
Karol Bernardi
Imprensa Apufsc