Nota da Diretoria: Apufsc-Sindical dá as boas-vindas à categoria docente

Nesta segunda-feira, dia 6, com a retomada das atividades da graduação, a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) inicia plenamente o ano docente de 2023. Mais de 45 mil pessoas são esperadas nos campi da instituição. É um ano que se inicia com expectativas renovadas. Se, de um lado, temos um orçamento que nos preocupa, de outro abrem-se as portas para diálogo junto ao governo sobre a recomposição da verba destinada à universidade e sobre o reajuste salarial de docentes. Se, de um lado, a UFSC sofre ataques daqueles que desprezam a educação, de outro reforça seu papel na produção de conhecimento e de resistência.

Historicamente nós, servidoras e servidores públicas/os, somos diariamente atacadas/os: alguns dizem que somos muitos, outros dizem que ganhamos demais, muitos pensam que doutrinamos estudantes e acreditam que somos ineficientes. Esse discurso e as práticas que ele produz estão entranhados na sociedade brasileira como mitos. Está na base que informa a política liberal que organiza nossa vida pública. Mas esses mitos são falsos!

O número de servidoras e servidores públicas/os no Brasil representa 12,5% do total de trabalhadores no país, enquanto esse percentual é, em média, 21,1% na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Países como a Noruega, Suécia e Dinamarca têm quase 30% dos trabalhadores no setor público. O número de trabalhadores públicos no Brasil, em proporção da população, é 5,6%, e também está abaixo da média de países da OCDE, que é 9,6%. Resultado: faltam serviços públicos, sobretudo para aqueles que mais precisam deles.

Matéria da Folha de S. Paulo de 13 de agosto de 2022 mostrou que nós havíamos chegado ao menor nível de gastos com o serviço público nos últimos 26 anos. Em 2015, o governo federal despendia 5,3% do PIB com as/os servidoras/es; em 2022, essa despesa caiu para 3,4%. Nos últimos quatro anos tivemos uma queda de 10% no número de servidoras e servidores públicas/os no país. Como disse o Ministro da Economia da época: “essa é uma reforma administrativa silenciosa”. Desde 1990, o número de servidoras e servidores públicas/os diminuiu 12%, mas a população do país aumentou quase 40%.

Nós somos docentes, somos trabalhadoras e trabalhadores, somos servidoras e servidores públicas/os. Embora sejamos estimuladas/os o tempo todo a acreditar nas soluções que dependem de esforço e dedicação individuais, nossa carreira depende da manutenção da universidade pública, do serviço público. Portanto, depende de uma ação coletiva contínua para manutenção do estado democrático de direito. É para isso que serve o nosso sindicato!

Os sindicatos são, desde o século XIX, nosso principal instrumento de ação coletiva. Até que consigamos criar outras instituições é o sindicato, com seus acertos e erros, que nos fornece o caminho para a ação coletiva.

Por isso, aos docentes que já estão filiadas/os à Apufsc-Sindical, conclamamos a participar efetivamente das lutas que se colocarão em nosso caminho neste ano. E também queremos convidar as novas e novos docentes, e às/aos que ainda não são filiadas/os, a conhecer a Apufsc-Sindical, que representa a categoria, a se filiar e participar das nossas atividades e reuniões, como do Conselho de Representantes e Assembleias Gerais a serem convocadas de acordo com a necessidade política. Temos a certeza de que não há incompatibilidade entre a construção de uma carreira acadêmica sólida e uma atividade política comprometida com a sociedade, pela união e a reconstrução do país.

Sejam todas e todos muito bem-vindas/os ao nosso convívio acadêmico-sindical. E que tenhamos um 2023 com DIAS MELHORES!

Apufsc-Sindical
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