A má escolha da carreira é um dos fatores que levam à evasão nas universidades públicas e, com isso, o país forma menos profissionais do que poderia, afirma o Estadão
A taxa de evasão do ensino superior no Brasil é considerada alta, segundo especialistas, e multifatorial. Em 2021, data do último levantamento, ela foi de 20,7% em universidades públicas e 31% nas privadas, segundo dados do Instituto Semesp. A questão financeira é uma das principais – seja na dificuldade em pagar as mensalidades das universidades privadas, seja por não conseguir se manter ao longo do curso em uma pública -, mas outro motivo também leva muitos estudantes a abandonarem a graduação: a falta de orientação vocacional.
Segundo Adriano Senkevics, doutor em educação pela Universidade de São Paulo (USP), especialista em gestão de políticas públicas e professor colaborador da Universidade de Brasília (UnB), com estudos sobre o acesso ao ensino superior no Brasil, o número de desistências em início de curso e não ocupação de vagas aumentou após a criação do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e pode estar atrelado à questão vocacional – apesar deste não ser o único nem talvez o principal motivo para isso.
Por possibilitar que o candidato confira as notas de cortes de todos os cursos disponíveis no País, o sistema influencia jovens a optarem por uma carreira que não era a que eles desejavam de fato para garantirem a vaga em uma instituição pública – principalmente quando esses jovens não fazem escolhas “vocacionadas” e “com convicção”. Posteriormente, isso pode levar à evasão, em especial quando a falta de vocação é combinada à falta de recursos financeiros.
Leia na íntegra: Estadão