Ministra Luciana Santos ressaltou a decisão política do presidente Lula de tornar o apoio à ciência uma “política de Estado”, resgatando seu “prestígio e vigor” na reconstrução do país
“A ciência está de volta ao Brasil! ”. A afirmação da nova titular do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Luciana Santos, foi recebida com aplausos pelos participantes da cerimônia de posse do físico Ricardo Galvão na presidência do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) na tarde dessa quarta-feira, dia 18. Professor do Instituto de Física da Universidade de São Paulo, ex-presidente do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Galvão havia sido demitido em 2019 quando o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) acusou o instituto de falsear dados sobre a alta no desmatamento na Amazônia.
Em seu discurso, Galvão mencionou o baixo número de doutores formados anualmente no Brasil (22 mil) comparado com países desenvolvidos – e mesmo em desenvolvimento -, colocando como missão do conselho em conjunto com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), um avanço nesses indicadores. A nova presidente da Capes, a cientista Mercedes Bustamante, estava ao lado dele na mesa da cerimônia.
Galvão se emocionou ao dizer que tem 51 anos de serviço público, exaltando os demais servidores – “vocês foram o sustento contra esse governo (o anterior)”. Recordou a ampla repercussão do “embate” que teve com o ex-presidente da República em 2019, citando um artigo da professora de física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Márcia Barbosa, para o jornal O Globo. Naquele texto, Barbosa dizia que sempre houve embates entre poderosos e cientistas que apresentam fatos que contrariam interesses. E exemplificou com a história de Hipátia (350-415 d.C.) de Alexandria, a primeira mulher documentada como tendo sido matemática, filosofa e astrônoma, que foi atacada, torturada e morta por um grupo de cristãos enfurecidos, estimulados por ataques machistas de Cirilo, patriarca da igreja, que acabou entrando para a história pela covardia.
“É claro que eu e meus colegas não estávamos sendo arrastados pela cidade, não estávamos sofrendo fisicamente, mas no âmago de nossas almas devotadas à soberania da ciência devido aos ataques perversamente negacionistas de um governo tresloucado”, afirmou Galvão.
Leia na íntegra: Jornal da Ciência