Da Ros foi professor do Departamento de Saúde Pública da UFSC, com forte atuação em defesa do SUS, e presidente da Apufsc-Sindical entre 1991 e 1992
A apresentação de um vídeo, com depoimentos de amigos e familiares, marcou a abertura do ato solene em homenagem ao médico sanitarista Marco Aurélio Da Ros, conhecido como Marcão, professor de Saúde Pública da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) por 34 anos, falecido em Florianópolis no dia 16 de novembro.
A iniciativa partiu do deputado Padre Pedro Baldissera (PT), que concedeu a honraria à viúva, professora Silvia Zanatta Da Ros. Além de colegas da Saúde Pública, estiveram presentes os professores Ricardo Baratieri, Jorge Lorenzetti, Vera Bazzo, Fernando Scheibe, Leda Scheibe e Denise Denise Cord, que atuaram no movimento sindical ao lado de Marcão, que foi presidente da Apufsc entre 1991 e 1992. Também esteve presente o atual presidente do sindicato, José Guadalupe Fletes.
Nos depoimentos, a definição de gigante na saúde coletiva, por parte de profissionais da saúde. Seus alunos enfatizaram o legado de defesa do SUS e da militância por cidadania, justiça social e transformações na sociedade. O carisma de Marcão foi lembrado na participação em corais, grupos musicais, apoio ao esporte e no convívio alegre com colegas de trabalho, filhos e netos.
Ato solene aconteceu no Plenarinho Deputado Paulo Stuart Wright da Alesc (Fotos: Vicente Schmitt/Agência AL)
Padre Pedro fez um relato do ingresso na universidade em 1970, em Pelotas, no Rio Grande do Sul, chegando ao pós-doutorado em Saúde Pública em 2010 na Universidade de Bolonha, na Itália. Informou da participação nos coletivos de saúde do Movimento Sem Terra (MST), da colaboração no Programa Mais Médicos, da ex-presidente Dilma Roussef, assim como o fato de ter sido integrante da Comissão da Memória e da Verdade da UFSC.
“Em 2019, na comemoração dos 30 anos do SUS [Sistema Único de Saúde], Marcão destacou a admiração de vários países do mundo pelo programa, estudado e admirado, porém lamentava que a população brasileira não se mobilizava para defendê-lo”, completou o parlamentar.
A professora Andréa Zanella, da UFSC, leu um texto qualificando o homenageado como um plantador de sementes, que apostou na ciência e, na inserção no Partido Comunista Brasileiro (PCB), militou na sala de aula, no posto de saúde e no sindicato. Citou Marcão nas rodas de música com seu violão, na luta contra a mordaça no AI-5 e nos debates em 1968 pela cultura popular. “Ele dizia ‘desistir da luta jamais’. Os problemas sociais continuam, mais de 60 milhões de brasileiros passam fome e todos dias milhares de crianças são internadas com desnutrição”, concluiu.
Ao final do ato, o público presente cantou os hinos da Internacional Socialista e de Santa Catarina.
Assista ao ato solene na íntegra:
Fonte: Agência Alesc