Também foi feita uma análise do momento atual de cortes orçamentários nas instituições federais de ensino, que inviabilizam seu funcionamento
A Apufsc-Sindical foi sede da reunião anual de planejamento do Observatório do Conhecimento (ObC), organização da qual o sindicato faz parte. No encontro, realizado nesta quinta-feira, dia 8, foram avaliadas ações realizadas pela entidade ao longo de 2022 e planejadas ações para o próximo ano. Mas antes foi feita uma análise do momento atual de cortes orçamentários nas instituições federais de ensino, que inviabilizam seu funcionamento.
Participaram do encontro Andréa Stinghen (APUFPR); Monica Stival (Adufscar), Mayra Goulart (ADUFRJ), Flávio Silva (ADUFG), e como convidados Oswaldo Brandão (Adurn) e Ana Boff de Godóy (ADUFRGS). A reunião ocorreu de forma híbrida na sede da Apufsc, no edifício Max & Flora, em Florianópolis. Os convidados foram recepcionados pelo presidente da Apufsc-Sindical, José Guadalupe Fletes, e por Romeu Bezerra, representante do sindicato no Observatório.
Na primeira parte do encontro, os participantes discutiram as ações realizadas pela entidade que tiveram maior repercussão ao longo de 2022. Entre elas, está a pesquisa “A liberdade Acadêmica está em risco no Brasil?”, realizada em parceria com o Centro de Análise da Liberdade e do Autoritarismo (LAUT) e o Observatório Pesquisa, Ciência e Liberdade da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). O estudo revelou que professores e acadêmicos nas universidades brasileiras sofrem com insegurança para fazer ciência.
Outro destaque foi o estudo “Orçamento do Conhecimento” para 2023. De acordo com o ObC, a proposta do governo Bolsonaro para o orçamento da Ciência, Tecnologia e Educação Superior para 2023 é equivalente a de 15 anos atrás. O dado leva em consideração o Projeto de Lei Orçamentária (PLOA) de 2023. Na avaliação dos participantes, conteúdos que revelam dados tendem a chamar mais atenção para o trabalho realizado pelo Observatório.
A segunda parte da reunião foi dedicada a pensar ações para 2023. Entre os desafios, está reposicionamento da entidade a partir da mudnaça de conjuntura política no país. Os participantes lembraram que o Observatório nasceu em um momento que era necessário enfrentar os ataques do governo Bolsonaro (PL) à educação e à ciência, e que agora precisa contribuir com a “reconstrução do Brasil”.
Sobre o Obervatório do Conhecimento
O Observatório do Conhecimento é uma rede formada por associações e sindicatos de docentes de universidades de diferentes estados brasileiros e parceiros da área da educação, ciência e pesquisa que se articula em defesa da universidade pública, gratuita e de qualidade e da liberdade acadêmica. Iniciativa suprapartidária e independente, o Observatório do Conhecimento se mobiliza para enfrentar os cortes de investimentos no orçamento do ensino superior, além de monitorar e denunciar políticas e práticas de perseguição ideológica a reitores, professores, alunos e pesquisadores.
O Observatório apresenta uma plataforma de informação e análise de qualidade sobre as políticas públicas para o ensino superior propostas pelo Executivo Federal e Congresso Nacional em Brasília. A equipe do Observatório acompanha de forma permanente as bancadas parlamentares, Comissões do Senado e da Câmara, Ministérios e Secretarias envolvidos diretamente nas questões sobre educação superior. Com ações conjuntas de advocacy e comunicação, o objetivo é combater a manipulação, qualificar o debate público e aumentar o controle social sobre decisões estratégicas que comprometem o funcionamento das universidades e estruturas de produção do conhecimento nacional.
Além da atuação política, as entidades participantes do Observatório do Conhecimento apoiam e realizam eventos nos campi e locais parceiros para engajar estudantes, professores e trabalhadores das universidades. Os eventos abordam temas como o sistema de cotas, a convivência religiosa e a laicidade da universidade, além da importância do ambiente acadêmico como espaço de produção de ciência, garantia da democracia e promoção de uma cultura de direitos.
Imprensa Apufsc