“Denunciem, aprendam a denunciar. Não pode ser perigoso para o denunciante. Tem que ter perigo para quem faz as agressões”, defende a vice-reitora da UFSC, Joana Célia dos Passos
A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) segue promovendo ampla visibilidade às ações de combate ao racismo e ao nazismo na instituição. Ao mesmo tempo em que promove o debate acadêmico, a UFSC se posiciona como antirracista e antinazista e estimula a participação de toda a comunidade universitária na discussão sobre o assunto.
Uma manifestação do Conselho Universitário (CUn) sobre o enfrentamento ao nazismo será debatida nesta terça-feira, dia 22, em uma sessão extraordinária aberta ao público, às 14h, no Auditório da Reitoria. A sessão terá transmissão ao vivo pelo canal do CUn no YouTube.
“Denunciem, aprendam a denunciar. Não pode ser perigoso para o denunciante. Tem que ter perigo para quem faz as agressões”, disse a vice-reitora da UFSC, Joana Célia dos Passos. “Não é possível mais que a gente busque terceirizar as violências da universidade. O combate a elas é responsabilidade de cada um de nós. É importante que a gente tenha protocolos de denúncia e isso está sendo consolidado. Nós queremos que todos e todas aqui, além de se posicionar contra as violências, denunciem.”
Ação institucional
Dentre as ações realizadas nas últimas semanas, a UFSC lança também uma campanha institucional que posiciona a universidade como um espaço antirracista e antinazista. Criada pela Coordenadoria de Design e Programação Visual da Agência de Comunicação (CDPV/Agecom), a campanha se utiliza de referências amplamente conhecidas, como a imagem dos punhos cerrados, representação de lutas dos movimentos sociais e de direitos humanos. O objetivo é divulgar os canais institucionais para denúncias e dar visibilidade ao fluxo de averiguação e decisão.
A Ouvidoria da UFSC é o órgão responsável por receber as denúncias de qualquer espécie. Os processos de apuração, julgamento e punição dos responsáveis seguem fluxos definidos na legislação interna da universidade, bem como o que é definido nas leis federais.
Segundo a secretária da Secretaria de Aperfeiçoamento Institucional da UFSC, Luana Heinen, esses caminhos não são amplamente conhecidos pela comunidade universitária. “Percebemos que falta também conhecimento sobre quais itens precisam constar em uma denúncia e sobre a importância da produção de provas, bem como sobre os direitos ao contraditório e ampla defesa, que devem ser assegurados a todos os acusados. A consolidação e divulgação dessas informações tem o papel fundamental de informar, para que as vítimas saibam os ritos a serem seguidos, sentindo-se mais seguras para denunciar. A comunidade universitária, por sua vez, poderá exercer o controle social sobre as instâncias de apuração e conhecer melhor as exigências legais para a responsabilização em cada caso”, salienta Luana.
Fonte: Notícias da UFSC