Edição discute a natureza sistêmica do racismo na ciência, destaca a Revista Fapesp
A revista Nature lançou em outubro uma edição especial sobre racismo na ciência, a primeira em 153 anos de história. Também pela primeira vez um número especial do periódico foi organizado por quatro editores convidados, todos eles afrodescendentes: Melissa Nobles, cientista política e dirigente acadêmica do Massachusetts Institute of Technology (MIT), o biólogo Chad Womack, vice-presidente da instituição filantrópica United Negro College Fund, o geneticista camaronês Ambroise Wonkam, da Universidade Johns Hopkins, e a ambientalista queniana Elizabeth Wathuti.
A edição discutiu a natureza sistêmica do racismo na ciência. “Por séculos a ciência construiu um legado de exclusão de pessoas negras e outros grupos historicamente marginalizados do empreendimento científico, ao mesmo tempo que instituições e cientistas usaram a pesquisa para sustentar o pensamento discriminatório, priorizando resultados de estudos que ignoram e prejudicam ainda mais as pessoas marginalizadas”, escreveram os editores.
A Nature reconhece ter contribuído para a criação desse legado racista, mas afirma que está comprometida a se tornar um agente de mudança, ajudando a acabar com práticas discriminatórias e o racismo sistêmico. “Esta edição especial faz parte desse compromisso.”
Fonte: Revista Fapesp