Levantamento do Sou Ciência em parceria com o Instituto Serrapilheira foi apresentado em evento para cientistas no Rio, destaca o Jornal da Ciência
Os sucessivos cortes de recursos para a ciência e a educação ao longo dos últimos quatro anos atingiram especialmente as universidades federais. As chamadas “outras despesas correntes”, que englobam custeio e assistência estudantil das universidades, caíram de R$ 8,1 bilhões, em 2019, para R$ 4,4 bilhões, em 2022, segundo dados do Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento (SIOP), em valores corrigidos pela inflação. Isso representa uma queda de 45% na verba destinada ao pagamento de água, energia, bolsas de estudo e prestação de serviços, por exemplo. O levantamento foi feito pelo Centro de Estudos Universidade, Sociedade e Ciência (Sou Ciência) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), em parceria com o Instituto Serrapilheira.
A análise mostra ainda que o investimento nas universidades federais caiu 50% entre 2019 e 2022, chegando a R$ 97,5 milhões em setembro deste ano. Em todo o ano de 2021, foram investidos apenas R$ 129 milhões. Esses recursos são aplicados no patrimônio das universidades, como aquisição de imóveis e terrenos, reformas e obras, além de compra de equipamentos, computadores, livros e materiais permanentes.
A série histórica dos últimos 22 anos aponta que o ano de 2014 teve o maior volume de investimentos já registrado, equivalente a R$ 1,5 bilhão. Assim, houve uma redução de 94% ao longo dos últimos oito anos.
“Os estudos e levantamentos do Sou Ciência têm mostrado grande queda nos recursos das 68 universidades federais, especialmente entre 2019 e 2022, prejudicando laboratórios, pesquisadores e infraestrutura de pesquisa. O apoio de entidades, como o Instituto Serrapilheira, é importante, porém é necessário que o Estado brasileiro se responsabilize e dê suporte para que as universidades possam continuar produzindo”, afirmou Soraya Soubhi Smaili, coordenadora do Sou Ciência e professora da Unifesp.
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