O ato faz parte de uma mobilização nacional convocada por entidades estudantis que denunciam os recorrentes cortes de recursos na educação pública e na ciência feitos pelo atual governo
Estudantes da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), do Instituto Federal de Educação, de outras universidades localizadas em Florianópolis, representantes de organizações da sociedade civil e de entidades de classe, além da comunidade acadêmica, se reuniram na tarde desta terça-feira, dia 18, no Largo da Alfândega, Centro da capital catarinense, em uma manifestação em defesa da educação. O ato faz parte de uma mobilização nacional convocada por entidades estudantis que denunciam os recorrentes cortes de recursos na educação pública e na ciência feitos pelo atual governo.
Presente no evento, o presidente da Apufsc-Sindical, Carlos Alberto Marques, enalteceu a iniciativa dos estudantes. “É um ato muito importante. Os estudantes têm demonstrado que as políticas governamentais são irresponsáveis, são uma afronta à juventude, às famílias, à educação. Essa manifestação é pacífica para mostrar que os cortes estão destruindo o futuro dos jovens e do país. A Apufsc convidou os professores para estarem presentes. É uma luta suprapartidária, em defesa da educação e do serviço público”, disse Bebeto.
No carro de som, o vice-presidente da Apufsc, Camilo Buss Araújo, também falou sobre a importância do ato: “A Apufsc vem prestar o reconhecimento a essa iniciativa fantástica dos estudantes, da juventude que se posiciona num momento dramático da história do país”. O professor apontou ainda que “existe um projeto que defende o fim da universidade pública, que corta o investimento em educação, que não quer que o filho do trabalhador entre em universidades federais”, e ressaltou que mobilizações como essa tiveram papel decisivo na história do Brasil.
Pluralidade
Diversas entidades estudantis participaram do evento e se pronunciaram. Letícia Lis Barsoti, representante da União Catarinense das e dos Estudantes (UCE), afirmou que esse “calendário de lutas pela educação pública, gratuita e de qualidade” terá continuidade, e ressaltou a importância de “mostrar mais uma vez que não aceitamos os cortes, a série de ataques que temos sofrido”.
Luciana de Freitas Silveira, do Movimento Negro Unificado (MNU), complementou que “os cortes afetam principalmente a população negra”. Ela disse ainda: “Eu sou fruto das cotas, dos movimentos sociais, da luta do povo preto para entrar na universidade, e é lá que nós queremos estar. Nós queremos ser mestres, doutores, reitores e reitoras. Hoje o movimento se faz presente para dizer que nós lutamos pela educação com todos”.
O movimento estudantil indígena também esteve presente e reivindicou não apenas o fim dos cortes, mas também condições dignas de moradia estudantil e a retomada da demarcação de terras. “Chega de invisibilidade para os estudantes indígenas da UFSC. Nós precisamos de verba, de políticas, de moradia estudantil indígena já. Nós precisamos cada vez mais ocupar esses espaços”, afirmou a representante do grupo.
O Diretório Central dos Estudantes (DCE) Luís Travassos, entidade que representa alunas e alunos da graduação e do Colégio de Aplicação da UFSC, parabenizou “todos os que mobilizaram seus cursos para mostrar que é na rua que a gente luta”. “É aqui que a gente conquista direitos e dialoga com a população”, reforçou o representante do DCE no ato.
Com carro de som, intérpretes de libras, e seguidos por centenas de manifestantes, as centenas de estudantes, professores, técnicos e outros trabalhadores percorreram ruas do Centro de Florianópolis até o início da noite.
Stefani Ceolla
Imprensa Apufsc