Reportagem da nova edição da Ciência & Cultura aborda legados e caminhos para a desconstrução social do papel das cientistas brasileiras
Hoje existem cerca de 6,9 milhões de cientistas no mundo, segundo o AD Scientific Index, publicado este ano pela Universidade de Stanford, nos Estados Unidos. Porém, deste total, apenas 33% são mulheres, de acordo com o relatório “Women and the Digital Revolution” da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). No Brasil, elas são 43,7% dos pesquisadores científicos, segundo o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Essa desproporção é discutida em reportagem da nova edição da revista Ciência & Cultura: 200 anos de ciência e tecnologia no Brasil.
Essa desigualdade não existe apenas na ciência – as mulheres também são poucas em cargos de liderança. De acordo com levantamento realizado pela empresa de auditoria Grand Thorton no início deste ano, mulheres ocupam 38% dos cargos de liderança no Brasil. Mas por que isso acontece? Há um contexto histórico, intrínseco e difícil de engolir. “Nesse contexto, infelizmente, sobrevivem os antagonismos e a falsa ideia de uma superioridade masculina. Corpos, capacidades, habilidades, comportamentos das mulheres são inferiorizados e socialmente representados assim”, afirma Carla Cabral, professora da Escola de Ciências e Tecnologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN/ECT) e do Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais e Matemática (PPGECNM).
A desconstrução de preconceitos, por mais clichê que seja, é o incentivo e parte de um caminho que resulta na melhoria do espaço feminino. E esses processos em busca de equidade e uma sociedade mais consciente só nos faz avançar, já que os feitos das mulheres em nossa história científica são imensuráveis. “Há muitos ganhos sociais ao pensarmos em uma ciência mais solidária e contextualizada, próxima à vida dos cidadãos e cidadãs, especialmente em um país com demandas sociais urgentes como o nosso”, analisa Cabral.
Leia na íntegra: Revista Ciência & Cultura