Cresce ocupação de vagas de menor exigência por trabalhadores com formação universitária, aponta Valor Econômico
Augusto Barros, de 40 anos, se formou em editoração na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), um dos centros de ensino superior de maior prestígio do país. Mas nos últimos anos perdeu ânimo com sua profissão e viu o mercado editorial encolher. Decidiu partir para outra estratégia. “Com o tempo as vagas foram escasseando e fui vendo outras possibilidades de ter meu sustento”, conta. Hoje trabalha em um call center de uma distribuidora de energia, onde está há duas semanas e recebe um salário-mínimo por mês. Sua trajetória não é exceção.
Barros faz parte do grupo de 4,9 milhões dos chamados “overeducated”, pessoas com formação universitária que ocupam postos de trabalho que exigem nível menor de formação. Esse fenômeno se acelerou no Brasil pós-pandemia, marcado por uma retomada parcial do mercado de trabalho.
Nos dois últimos trimestres, a fatia daqueles que completaram a faculdade e trabalham em vagas que não demandam nível superior aumentou em 478,9 mil, atingindo a marca de 4,9 milhões de trabalhadores, segundo levantamento da consultoria IDados com base nos microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (Pnad C). Antes da pandemia
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