Sessão virtual da 74ª Reunião Anual da SBPC reuniu autores do livro “Assédio Institucional no Brasil: Avanço do Autoritarismo e desconstrução do Estado”, que está disponível para download gratuito
Autores do recém-lançado livro “Assédio Institucional no Brasil: Avanço do Autoritarismo e desconstrução do Estado“, se reuniram nessa segunda-feira, dia 25, em uma sessão virtual da 74ª Reunião Anual da SBPC para apresentar alguns dos tópicos discutidos na obra e debater sobre o conceito deste tipo de assédio, que, segundo os painelistas, se tornou um método de governo na atual gestão federal.
“O assédio institucional, moral e organizacional se tornou fenômeno assustadoramente frequente no serviço público. Esse assédio se caracteriza por um conjunto de discursos, de falas, de posicionamentos públicos. Mas não só. Também se caracteriza por imposições normativas, práticas administrativas, por parte daqueles que ocupam posição de mando, implicando constrangimentos, ameaças e toda uma sorte de deslegitimações aos servidores públicos”, descreveu Maria Filomena Gregori, professora da Universidade de Campinas (Unicamp) e coordenadora do Observatório Pesquisa, Ciência e Liberdade, da SBPC, que presidiu a sessão.
Além de Gregori, participaram da sessão a jurista e ex-procuradora federal dos Direitos do Cidadão do Ministério Público Federal (MPF), Débora Duprat; José Celso Cardoso, presidente da Associação dos Servidores do Ipea e Sindicato Nacional dos Servidores do Ipea (Afipea); e Frederico A. Barbosa da Silva, doutor em antropologia pela UnB, servidor público federal no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e organizador do livro.
A obra reúne 20 artigos assinados por 51 pesquisadores de instituições e universidades brasileiras para conceitualizar e fornecer dados empíricos sobre uma série de ações que visam minar e deteriorar instituições públicas e seu corpo técnico, denominada assédio institucional. Segundo Barbosa da Silva, o termo emerge da busca por compreender processos de múltiplos níveis que caracterizam a atuação governamental nesses últimos anos, e que podem ser definidos como processos de “desdemocratização” do Estado e da sociedade no Brasil de Bolsonaro.
“Temos vários exemplos de assédios em diferentes níveis. Desde o discurso das lideranças políticas até o desdobramento disso tudo no funcionamento cotidiano das instituições, com perda de orçamento, minimização de processos de participação, perda de recursos humanos e com outras estratégias, restrições administrativas, assédios internos, afastamentos. Ou seja, o assédio ganha uma dimensão e uma complexidade enorme”, afirmou.
::: O livro “Assédio Institucional no Brasil: Avanço do Autoritarismo e desconstrução do Estado” está disponível para download gratuito neste link.
Leia na íntegra: Jornal da Ciência