Ubaldo Cesar Balthazar transmitiu o cargo de reitor a Irineu Manoel de Souza na manhã desta sexta-feira, dia 8, em Florianópolis
A cerimônia de posse da nova Reitoria da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) ocorreu na manhã desta sexta-feira, dia 8, no auditório Garapuvu, no campus Florianópolis. Irineu Manoel de Souza, eleito em consulta informal pela comunidade acadêmica e que teve o nome confirmado pelo Conselho Universitário (CUn), foi nomeado oficialmente na última terça-feira, dia 5. Na manhã desta sexta, o cargo de reitor foi transmitido a ele por Ubaldo Cesar de Balthazar. O primeiro ato de Irineu foi nomear como vice-reitora Joana Célia dos Passos, eleita ao seu lado na chapa Universidade Presente.
O evento foi marcado por discursos que reassaltaram a importância da democracia, da autonomia universitária, da diversidade e equidade dentro da UFSC. Os primeiros a se pronunciar foram os representantes dos estudantes – Diretório Central dos Estudantes (DCE) e Associação de Pós-Graduandos (APG) -, que demonstraram preocupação com os cortes de recursos na universidade e apresentaram suas demandas.
Na sequência, representantes dos servidores se pronunciaram. Jorge Cordeiro, do Sindicato de Trabalhadores em Educação das Instituições Públicas de Ensino Superior do Estado de Santa Catarina (Sintufsc), lembrou da consulta pública informal à comunidade acadêmica promovida pela Comissão Eleitoral Representativa das Entidades da UFSC (Comeleufsc), que deu início ao processo eleitural e teve seu resultado respeitado.
Presidente do Sindicato dos Professores das Universidades Federais de Santa Catarina (Apufsc-Sindical), Carlos Alberto Marques afirmou que o momento atual é “de resistência para que o desmonte das universidades públicas não seja ainda maior”. Bebeto apresentou ainda dados sobre os cortes na educação, ciência e tecnologia, e falou sobre a luta por reajuste salarial dos docentes: “Não exagero ao afirmar que estramos pagando para ter as condições mínimas de trabalho”. O presidente da Apufsc complementou ainda que “a luta pela reconstrução envolverá sindicatos, entidades estudantis e reitorias comprometidas com o interesse público”. Leia o discurso na íntegra.
Após as falas dos representantes de entidades, a então vice-reitora Cátia Carvalho Pinto e o reitor Ubaldo fizeram seus pronunciamentos. Cária ressaltou que foi entregue à nova gestão um relatório inédito com mais de 500 páginas, que fez parte do processo de transição.
Ubaldo relembrou os momentos mais delicados que enfrentou à frente da universidade nos últimos anos, desde a morte do então reitor Luiz Carlos Cancellier, passando por crises, cortes de recursos e pela pandemia. “Ao longo de sua história, a UFSC seguramente não teve anos tão difíceis como esses que enfrentamos”, afirmou.
O discurso foi seguido pelo ato de transmissão de cargo, quando Irineu efetivamente tomou posse como reitor. Seu primeiro ato foi nomear Joana Célia dos Passos vice-reitora e apresentar a nova equipe de gestão.
Uma apresentação centrada na ancestralidade da comunidade indígena na universidade foi realizada no palco do auditório, celebrando a nova fase da UFSC. Irineu e Joana foram convidados a participar do ritual.
Em seu pronunciamento, Joana também falou de ancestralidade e representatividade. “Eu sou porque nós somos. Essa frase tem me acompanhado. Como mulher negra, eu carrego comigo todas as mulheres”, afirmou. A vice-reitora mencionou que essa é a primeira vez que há paridade de gênero na gestão da UFSC, e reforçou seu compromisso com a diversidade e equidade. Agradeceu também ao CUn, “que não se dobrou aos que tentaram sabotar a nossa autonomia”.
O último discurso, bastante emocionado, foi do novo reitor da UFSC, Irineu Manoel de Souza. Ele reconheceu os esforços que a última gestão fez no enfrentamento de crises e retrocessos, e reafirmou o objetivo de tornar a universidade “mais humana e mais inclusiva”. “As universidades públicas são, sem dúvida, o maior patrimônio do povo brasileiro”, enfatizou Irineu, que complementou dizendo que “é imperativo que a nova gestão se oriente pelo diálogo”.
Stefani Ceolla
Imprensa Apufsc