“O impacto desse corte para o segundo semestre deve ser considerável. Só com o primeiro corte já seria difícil fechar o ano, e não há mais muita margem”, disse o secretário de Planejamento, Fernando Richartz, na sessão do CUn
O secretário de Planejamento e Orçamento da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Fernando Richartz participou da sessão do Conselho Universitário (CUn) na última terça-feira, dia 29, e apresentou dados atualizados sobre os cortes de recursos na universidade. No total, dos R$ 25 milhõs que haviam sido bloqueados pelo Ministério da Educação (MEC), mais de R$ 12 milhões foram efetivamente cortados da verba de custeio da UFSC somente nesse mês.
Fernando apresentou o histórico: “tínhamos, em 2021, R$ 115 milhões de custeio. O Congresso fez um trabalho para tentar recompor, juntamente com a Andifes, e nós tivemos, assim, R$ 132 milhões à disposição, em 2022, para recurso de custeio”.
O valor já era bastante inferior ao que a UFSC dispunha no passado, e os cortes recentes pioraram a situção. “O que aconteceu recentemente: houve bloqueio do orçamento que representou R$ 25 milhões para a UFSC dentro da rubrica de custeio, usada para pagar as contas do dia a dia. Desses R$ 25 milhões, houve dois cortes definitivos. Esse recurso não está mais no orçamento da universidade”, relatou.
O primeiro corte totalizou R$ 6,3 milhões. O segundo, na semana passada, somou R$ 6,2 milhões. “É um corte oficial e definitivo”, salientou Fernando. “O impacto desse corte para o segundo semestre deve ser considerável. Só com o primeiro corte já seria difícil fechar o ano, e não há mais muita margem”, completou.
Medidas serão analisadas na próxima semana
O secretário de Planejamento apontou que esses cortes poderão impactar a assistência estudantil, Restaurante Universitário, entre outros serviços. No entanto, apenas uma decisão foi tomada imediatamente: nessa semana, não estão sendo liberados novos pedidos de manutenção de infraestrutura. As medidas mais efetivas deverão ser tomadas pela próxima Reitoria da universidade, que aina não foi nomeada.
“Sabemos que estamos em um processo de transição e essa é uma questão que precisa ser discutida inclusive com a próxima gestão. Porque são decisões que não são simples de serem feitas, primeiro porque já não tem mais de onde tirar. A gente tem conversado com a equipe de transição e estão cientes, para que na semana que vem já se comece a discutir e agir”, disse Fernando.
Ele também defendeu um movimento político para tentar reverter a situação. “É importante que o Cun fique atento a esses movimentos porque vai depender também de uma força política, de uma atuação em âmbito nacional, junto à bancada catarinense. Cabe agora que a gente tenha maturidade, competência e dissernimento para decidir o que é menos impactante nesse momento”.
Presenta na reunião do CUn, o reitor eleito, Irineu, comentou a questão: “em relação aos cortes, é um assunto realmente preocupante. É de fato um desafio bem importante. Para que o recurso volte ao orçamento, é necessária ação do Congresso Nacional. O nosso entendimento é de que há necessidade de movimento forte com os parlamentares e, paralelamente, discutir como poderemos dar continuidade às atividades da universidade”.
Irineu analisou ainda medidas que podem ser tomadas pela nova gestão: “entre cortar bolsas e energia elétrica, vamos negociar com a Celesc, negociar outros contatos. Nossa ideia é fazer as duas frentes e verificar formas para que não tenhamos descontinuidade do restaurante universitário e das bolsas, que são necessárias. Sabemos das grandes dificuldades, mas estamos preparados para enfrentar, já no primeiro dia de gestão, todos esses desafios”.
Membros do conselho defenderam que seja emitida uma nota de repúdio em relação aos cortes, incluindo a solicitação para que parlamentares catarinenses atuem no sentido de tentar recompor o orçamento da UFSC. Essa nota deve ser elaborada e divulgada nos próximos dias.
Assista à sessão do CUn na íntegra:
Stefani Ceolla
Imprensa Apufsc