Duas das principais agências de fomento, Capes e CNPQ, reduziram bolsas em cerca de 20%, afirma o Estadão
Se sem ciência não se tem progresso, sem dinheiro não se tem ciência. Apesar de os dados mostrarem que tecnologia, educação e inovação são os grandes chamarizes de riqueza, o Brasil tem diminuído o investimento em ciência e, consequentemente, na produção desses ativos.
Atualmente, o País investe apenas 1% do seu Produto Interno Bruto (PIB) em ciência, bem abaixo do nível de países desenvolvidos, como os Estados Unidos e a Alemanha, que se aproximam de 3%. As consequências são visíveis na queda dos recursos destinados a bolsas e, logo, no número de bolsistas de iniciação científica, mestrado e doutorado. Duas das principais agências de fomento, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes, ligada ao Ministério da Educação) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq, uma entidade ligada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações para incentivo à pesquisa no Brasil) reduziram o número de bolsas em cerca de 20%.
Professor nos cursos de Exatas da Universidade Federal da ABC (UFABC), o físico Guilherme Brockington tem dificuldade em incentivar os alunos da graduação ao primeiro passo no caminho de se tornar um cientista. “A bolsa de iniciação científica (para jovens ainda na graduação) é de R$ 400. Como em um centro como São Paulo a gente consegue que o jovem se dedique horas por semana para isso?”, indaga. “Temos vários alunos brilhantes, mas que precisam levar dinheiro para casa, e recebem ofertas de estágio muito mais atraentes. Como ele vai fazer pesquisa se o banco paga R$ 5 mil para ele fazer tabela de Excel?”
Leia na íntegra: Estadão