SBPC divulgou nessa segunda-feira (02) o documento “Sem ciência não há futuro. Sem pós-graduandos, não há ciência”, com avaliação de Grupos de Trabalhos sobre defasagem no valor de bolsas pagas a pesquisadores no País
O manifesto “Sem ciência não há futuro. Sem pós-graduandos, não há ciência” divulgado pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) nessa segunda-feira, 2 de maio, recebeu apoio de cerca de 60 Sociedades Científicas Afiliadas de todo o País. O documento é baseado em dados e análises efetuadas pelos Grupos de Trabalho sobre Políticas de Pesquisa e “Políticas de Pós-graduação” da SBPC e alerta para os impactos negativos da defasagem no valor de bolsas pagas a pesquisadores no País. “Para que o esforço de décadas não resulte apenas em mão de obra qualificada exportada para outros países, o valor das bolsas precisa ser recomposto”, defende na nota.
A Diretoria da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), com base em levantamento de dados e análises efetuadas pelos Grupos de Trabalho sobre Políticas de Pesquisa e “Políticas de Pós-graduação”, vem a público afirmar o seguinte:
Sem ciência não há futuro. Sem pós-graduandos, não há ciência
Não há dúvidas de que os países que investem em pesquisa têm seu desenvolvimento alavancado. Exemplos gritantes desse fato aparecem na China e na Coréia do Sul, que passaram de espectadores a potências na produção científica e registro de patentes [1], em poucas décadas. O futuro do Brasil depende da ciência e da inovação que, por sua vez, dependem da formação de recursos humanos qualificados e da retenção do pessoal já formado. Apesar de ter investido na graduação e na qualificação de um número substancial de mestres e doutores, o Brasil não consegue reter grande parte dessa mão de obra qualificada no país que, para além da academia, poderia dar sustentabilidade a indústrias emergentes e estratégicas para seu desenvolvimento, como aquelas ligadas à produção de fármacos, desenvolvimento de energia sustentável, TICs, dentre outras. É preciso estancar essa fuga de cérebros.
A falta de uma política de Estado para educação e ciência, que se sobreponha às políticas de governo, aparece claramente na análise dos números veiculados recentemente pelo Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação [2] e também levantados num artigo do UOL Educação [3].
Estudantes de mestrado e doutorado, na maioria absoluta das áreas, precisam de dedicação exclusiva ao trabalho que executam. São pessoas graduadas, que estão sendo pagas com bolsas absurdamente defasadas. Os valores das bolsas de mestrado dos órgãos federais de fomento (CAPES e CNPq) se aproximam do salário mínimo (R$ 1.500,00) e as de doutorado não são muito maiores (R$ 2.200,00). Caso fossem corrigidas pelo valor médio de 1995 a 2022, elas deveriam ser reajustadas para R$ 2.500,00 e R$ 3.600,00, respectivamente.
Leia na íntegra: Jornal da Ciência