Lista tríplice foi enviada nesta terça-feira, dia 3, ao Ministério da Educação (MEC)
Conforme o calendário das eleições à Reitoria da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a lista tríplice com os nomes dos candidatos mais votados pelo Conselho Universitário (CUn) às vagas de reitor e vice da instituição foi enviada nesta terça-feira, dia 3, ao Ministério da Educação (MEC). Dentro de 60 dias, o presidente Jair Bolsonaro (PL), deve indicar os ocupantes dos cargos. A gestão do reitor Ubaldo Cesar Balthazar termina em 3 de julho, e a nova Reitoria deve tomar posse no dia seguinte.
O Conselho elegeu para compor a lista ao cargo de reitor o professor Irineu Manoel de Souza, com 35 votos, a professora Dilceane Carraro (11 votos) e a professora Miriam Furtado Hartung (11 votos). Para o cargo de vice-reitor foram indicados a professora Joana Célia dos Passos, com 37 votos, o professor Jacques Mick (11 votos) e a professora Miriam Pillar Grossi (11 votos). Ao todo, 62 conselheiros participaram da sessão.
A nomeação preocupa a comunidade acadêmica porque, conforme levantamento feito pela Folha de S. Paulo no ano passado, Bolsonaro desconsiderou o primeiro nome da lista tríplice em 40% de nomeações para reitor de universidades federais.
O jornal ND+ ouviu um dos representantes do grupo que venceu a consulta acadêmica e está na lista tríplice, sem citar nomes. A expectativa é de que Bolsonaro nomeie Irineu Manoel de Souza e Joana Célia dos Passos para reitor e vice, respectivamente. Irineu e Joana formaram a chapa Universidade Presente, que foi a mais votada na consulta informal à comunidade acadêmica promovida pela Comeleufsc, e também receberam a maioria dos votos para as respectivas funções na votação do CUn. O representante disse também ao jornal que, se isso não ocorrer, haverá mobilização para fazer prevalecer a autonomia da UFSC.
Após a votação no CUn, o reitor Ubaldo Cesar Balthazar referiu-se a Irineu como “futuro reitor da universidade”, demonstrando confiança na nomeação. O reitor lembrou que a UFSC completará 62 anos de implantação em dezembro e que, durante esse período, o Conselho Universitário elegeu 11 das 14 gestões que administraram a universidade.
Ubaldo também já havia se manifestado sobre a eleição. “Foi um processo democrático, com ampla participação, que transcorreu dentro dos melhores padrões que regem a vida da UFSC. Isto fortalece a futura atuação dos escolhidos”, declarou o reitor. Ele completou que “isto comprova o comprometimento da comunidade universitária com a democracia nas diversas instâncias administrativas”.
A lei 9.192, de 1995, define que o presidente da República escolherá como reitor e vice-reitor de universidades federais nomes escolhidos em lista tríplice, elaborada pelo “respectivo colegiado máximo”. A lei não estabelece, entre os três, quem deve ser escolhido.
Conforme relembrou o G1 SC, em 2019 uma polêmica ocorreu no Oeste catarinense por causa da lista tríplice. Na época, Bolsonaro escolheu como reitor da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) Marcelo Recktenvald, que havia ficado em terceiro lugar na consulta pública. O prédio da reitoria, localizado em Chapecó, chegou a ser ocupado por estudantes em protesto. Apesar da polêmica, Recktenvald foi nomeado pelo MEC e tomou posse como reitor da UFFS.
Imprensa Apufsc